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Fuga de detentos após ataque a prisão deixa uma dezena de mortos no Haiti
Fuga de detentos após ataque a prisão deixa uma dezena de mortos no Haiti / foto: Luckenson JEAN - AFP

Fuga de detentos após ataque a prisão deixa uma dezena de mortos no Haiti

Pelo menos uma dezena de pessoas morreram depois que grupos criminosos atacaram na noite de ontem a principal prisão de Porto Príncipe e provocaram a fuga de milhares de detentos, em meio a uma onda de distúrbios no Haiti

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“Foram contabilizados muitos corpos de detentos", declarou o diretor executivo da Rede Nacional de Defesa dos Direitos Humanos (RNDDH), Pierre Espérance, ressaltando que apenas uma centena de presos permaneciam hoje na Penitenciária Nacional de Porto Príncipe, dos cerca de 3.800 que havia antes do ataque.

Um jornalista da AFP visitou na manhã de hoje a prisão, cuja porta estava aberta, e pôde observar uma dezena de corpos nos arredores do local, alguns deles com marcas de tiros.

No fim da noite de ontem, policiais "tentaram repelir um ataque de grupos criminosos à Penitenciária Nacional e à prisão Croix des Bouquets. O ataque a essas prisões deixou presos e funcionários feridos”, informou o governo do Haiti, que denunciou “a selvageria de criminosos fortemente armados que querem a todo custo libertar pessoas detidas, principalmente por sequestro, assassinato e outros crimes graves, e que não hesitam em executar civis e incendiar e saquear propriedades públicas e privadas”.

- Ataques coordenados -

A embaixada da França no Haiti reportou mais cedo o ataque, pedindo cautela e que se evitassem deslocamentos, segundo um comunicado enviado à AFP.

O Sindicato da Polícia Nacional do Haiti pediu aos policiais e militares que possuam carros, armas e munições que se dirijam à prisão para reforçar a segurança, segundo mensagem publicada na rede social X.

Entre os presos que escaparam estão “membros importantes de grupos muito poderosos”, informou o jornal Gazette d'Haïti.

Criminosos comuns, líderes de grupos e os acusados pelo assassinato do presidente Jovenel Moïse, em 2021, estavam na prisão, que fica a poucas quadras do Palácio Nacional, informou o jornal Le Nouvelliste, acrescentando que os autores do ataque espionavam a prisão com drones desde a última quinta-feira.

Porto Príncipe está submetida desde esse dia a ataques dos grupos criminosos que querem a renúncia do primeiro-ministro, Ariel Henry, que está fora da capital, segundo o Le Nouvelliste.

T.Parisi--RTC