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Luis Ortega brinca com identidades em 'El jockey', que disputa Leão de Ouro em Veneza
Luis Ortega brinca com identidades em 'El jockey', que disputa Leão de Ouro em Veneza / foto: Marco BERTORELLO - AFP

Luis Ortega brinca com identidades em 'El jockey', que disputa Leão de Ouro em Veneza

O diretor argentino Luis Ortega brinca de esconde-esconde com as identidades em "El jockey", um filme que estreou, nesta quinta-feira (29), na mostra competitiva do Festival de Veneza, e conta com Nahuel Pérez Biscayart no papel principal.

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"El jockey" narra, em tom onírico, a transformação de um jóquei a serviço de mafiosos em Buenos Aires. Dependente químico e atormentado, ele sofre uma queda durante uma corrida que o leva ao hospital, mas o acidente é, na verdade, o primeiro passo para um questionamento total de sua identidade.

Para conhecer a si próprio e fugir dos assassinos, o protagonista foge do hospital e se lança em um passeio delirante por uma Buenos Aires com tons irreais.

"É um filme atravessado por muitas perguntas. Quando somos mais jovens, pensamos que em algum momento vamos entender algo [da vida], mas finalmente chegamos à conclusão de que não entendemos nada, mas ficamos mais tranquilos", explicou à imprensa Ortega, de 44 anos.

- Como se a vida fosse um milagre -

Nada é simples, nem é o que aparenta ser neste filme com ares surrealistas e que conta com a participação do mexicano Daniel Jiménez Cacho, da espanhola Úrsula Corberó ("La Casa de Papel") e da chilena Mariana di Girólamo ("Ema").

"Caminhar pela cidade de Buenos Aires é uma experiência desesperadora, há muita gente muito bonita, muito louca", refletiu Ortega.

A capital argentina o inspirou uma história linear quando filmou "El ángel", baseada em um personagem real, um adolescente delinquente e assassino.

Este filme foi o mais visto na Argentina em 2018 e aclamado no prêmio Um Certo Olhar em Cannes.

Antes, Ortega estreou aos 19 anos como roteirista e diretor de "Caja negra", que ganhou o Prêmio Especial do Júri no Festival de Mar del Plata em 2002.

Para "El jockey", o diretor decidiu quebrar padrões. É um filme sobre "a possibilidade de que não haja um centro nas pessoas, uma identidade, e apesar de tudo se divertir, como se a vida fosse um milagre. Um personagem começa sendo um jóquei famoso, depois uma mulher, um bebê... Sem entender o que está acontecendo", revelou.

Os atores afirmaram unanimemente que as filmagens foram uma descoberta.

Luis Ortega "é um feiticeiro, um mago e muito mais. É a única pessoa com quem trabalhei mais de uma vez", confessou Nahuel Pérez Biscayart, que já trabalhou sob sua direção em "Lulú" (2014).

"El jockey" é um dos dois filmes latino-americanos em competição pelo Leão de Ouro este ano, ao lado de "Ainda estou aqui", do brasileiro Walter Salles.

Vinte e um filmes concorrem este ano. O festival entregará seus prêmios no dia 7 de setembro.

Y.Schmitz--RTC