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Discussões sobre dívida continuam sem avanços nos EUA
Discussões sobre dívida continuam sem avanços nos EUA / foto: SAUL LOEB - AFP/Arquivos

Discussões sobre dívida continuam sem avanços nos EUA

Não houve avanços, mas as discussões continuam e o default "não é uma opção": Joe Biden e os líderes republicanos no Congresso mantêm suas posições sobre o aumento do teto de endividamento do país, mas continuarão conversando, para tentar evitar uma moratória da maior economia mundial.

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Para o presidente, o cenário dos Estados Unidos faltando com suas obrigações com os credores por falta de capacidade de emitir dívida "não é uma opção".

"Não vi nenhum movimento", resumiu o líder da maioria opositora na Câmara dos Representantes, Kevin McCarthy, após se reunir na Casa Branca com o presidente, em um encontro do qual também participou o líder da minoria opositora no Senado, Mitch McConnell, além dos principais congressistas democratas: Hakeem Jeffries (líder da minoria na Câmara) e o principal do Senado, Chuck Summer.

Na próxima sexta-feira (12), haverá uma nova reunião entre as duas partes, disse McCarthy. Por enquanto, os dois lados se acusam mutuamente de manter a economia como "refém".

Biden disse hoje que poderia cancelar uma viagem à Ásia no fim do mês se não houver acordo sobre o espinhoso tema da dívida até lá.

Democratas e republicanos ainda não chegaram a um consenso sobre o aumento do teto da dívida dos Estados Unidos, essencial para o país honrar seus pagamentos e evitar um default.

Elevar o teto da dívida nacional, que permite ao governo pagar despesas já incorridas, é algo quase habitual. Nos últimos anos, porém, aumentar o limite atual se tornou uma guerra, na qual congressistas republicanos colocam o corte de gastos e a redução do déficit fiscal como condições para autorizar um endividamento maior do governo federal.

Em 2011, esta crise levou os Estados Unidos a perderem sua cobiçada classificação AAA da dívida.

Este ano, McCarthy e o Partido Republicano decidiram dizer "não" ao aumento do teto da dívida, a menos que os democratas aceitem, primeiramente, adotar drásticos cortes orçamentários.

É uma corrida contra o relógio. No último domingo, a secretária do Tesouro, Janet Yellen, advertiu que, se o Congresso não resolver a questão rapidamente, "haverá um caos financeiro e econômico".

- Lei 'Default' -

Os democratas se referem ao plano republicano na Câmara para elevar o limite de endividamento com cortes orçamentários como "a lei Default".

No Senado, também se anuncia um embate, já que 43 republicanos assinaram, no fim de semana, uma carta dirigida ao líder democrata na Casa, Chuck Schumer. Na missiva, expressaram seu compromisso coletivo de se oporem ao aumento do teto da dívida "sem uma reforma substancial do gasto e do orçamento".

Um fracasso em chegar a uma solução pode não apenas criar uma tempestade em Wall Street, mas também impactar Biden no terreno político, enquanto ele avança em sua campanha de reeleição para 2024.

Wall Street fechou em leve queda nesta terça-feira. A empresa de análises Oxford Economics destacou que os investidores "evitam a dívida americana com vencimento em junho, julho e agosto".

Alguns títulos, chamados “Credit Default Swaps”, uma espécie de seguro contra o risco de default, são negociados em patamares historicamente altos, o que representa mais um indicador da preocupação no mundo financeiro.

"O teto da dívida é preocupante, mas os investidores já viram este filme. Em geral, ele termina bem", minimizou Steve Sosnick, da Interactive Investment, resumindo o sentimento do mercado.

E.Reyes--RTC