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EUA em 'caminho muito estreito' para evitar recessão, diz economista-chefe do FMI

EUA em 'caminho muito estreito' para evitar recessão, diz economista-chefe do FMI

A economia dos Estados Unidos está em um "caminho muito estreito" para evitar uma recessão, diz o economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), Pierre-Olivier Gourinchas, que também alerta para os riscos da recuperação da China.

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"Uma recessão não está no nosso ponto de partida", disse Gourinchas à AFP, durante uma entrevista na sede do FMI em Washington, antes da divulgação das projeções atualizadas de crescimento global da agência nesta terça-feira (25).

"Estamos cautelosos sobre se a economia dos EUA pode evitar uma recessão" e "fluir em direção à sua meta de inflação sem ter uma recessão no futuro", disse ele. "É um caminho muito, muito estreito", acrescentou.

Na manhã desta terça-feira, o FMI elevou sua previsão de crescimento global em 2023 para 3%, ou 0,2 ponto percentual acima das previsões anteriores de abril.

O FMI espera que grande parte do crescimento deste ano e do próximo venha de economias emergentes e em desenvolvimento, porque países como os Estados Unidos e o Japão crescerão a um ritmo muito mais lento do que China e Índia.

Mas o relatório do FMI também aponta para riscos crescentes para a economia chinesa após a pandemia, principalmente em seu problemático setor imobiliário.

- Desaceleração -

O FMI mantém sua previsão de que a economia chinesa crescerá 5,2% este ano, muito acima do ano passado.

Mas agora há sinais de que a rápida recuperação econômica da China após a pandemia de covid-19 poderia estar "enfraquecendo mais rápido do que o previsto", disse Gourinchas.

"Há uma certa preocupação com a força da economia chinesa no futuro", disse ele. "Ainda pode haver alguma inatividade na economia chinesa que não vai desaparecer e está pesando nos preços", acrescentou.

Essa desaceleração teve um efeito positivo sobre as perspectivas de inflação global.

O FMI agora espera que os aumentos de preços passem de 8,7% em 2022 para 6,8% este ano, em parte devido à queda da inflação chinesa. Embora possa ser uma boa notícia para a economia global, pode representar desafios para os políticos chineses, disse Gourinchas.

"Isso pode exigir políticas mais fortes das autoridades chinesas", tanto em termos de política monetária quanto fiscal, opinou.

- Rússia resiste -

A economia russa deve crescer muito mais este ano do que a previsão do FMI em abril, principalmente devido à demanda interna mais forte que o esperado e aos gastos públicos.

O FMI prevê agora um crescimento para a Rússia de 1,5%, ou seja, 0,8 ponto percentual a mais do que em abril.

"Há um forte componente que vem dos gastos fiscais no contexto da invasão russa da Ucrânia", disse Gourinchas.

"Existe um forte esforço de defesa e militar e isso fornece algum estímulo à economia nacional", acrescentou.

As receitas de exportações também se mantêm, apesar das sanções contra o país por ter invadido a Ucrânia e de um teto de preço estabelecido pelos países do G7 para o petróleo russo.

"Até agora, as receitas de exportações, especialmente do petróleo bruto, permaneceram muito fortes", afirmou.

No médio prazo, o FMI prevê que a economia russa vai desacelerar, em comparação com as previsões antes do início da guerra.

"Nossas previsões de crescimento de médio prazo para a Rússia estão abaixo de 1%", disse à AFP.

P.Ortiz--RTC