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'Continuamos lutando', trabalhadores da indústria do cinema mantêm greve
'Continuamos lutando', trabalhadores da indústria do cinema mantêm greve / foto: ANGELA WEISS - AFP

'Continuamos lutando', trabalhadores da indústria do cinema mantêm greve

Centenas de profissionais da indústria do entretenimento americano se reuniram, nesta terça-feira (22), em frente às sedes das empresas Amazon e HBO, em Nova York, para exigir melhores condições de trabalho e segurança no emprego diante da ameaça crescente da inteligência artificial (IA).

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Durante quase três horas, os manifestantes, que costumam se distribuir em vários pontos da cidade, se reuniram por ocasião do Dia Nacional da Solidariedade Sindical, com cartazes e megafones, em frente às sedes nova-iorquinas das duas gigantes do setor. Eles queriam fazer ouvir suas reivindicações e foram apoiados por muitos motoristas, que fizeram buzinaços.

Iniciada no começo de maio por roteiristas de Hollywood, a greve teve a adesão dos atores, em meados de julho, e em seguida de profissionais de outros setores menos visíveis desta indústria que movimenta bilhões de dólares ao ano.

É um movimento "de massa (...), que continua crescendo", disse à AFP Ezra Knight, presidente da filial em Nova York do sindicato dos atores SAG-AFTRA, ao anunciar que a categoria continuará em greve até que suas demandas sejam atendidas "porque estamos lutando por nossa existência".

Roteiristas e atores, principalmente, reivindicam salários melhores, garantias para limitar o uso da IA e outros avanços trabalhistas.

Para Knight, a IA não é a única ameaça. Também estão em jogo os direitos de reprodução, os direitos autorais, os seguros médicos e as aposentadorias.

"Se estas coisas estão ameaçadas, e no ambiente atual estão, a menos que haja mudanças, a capacidade de ganhar a vida nesta indústria (...) vai desaparecer", alertou.

"Esta é uma indústria que supostamente implica criatividade e paixão. E isso não se pode fazer por meio das companhias e dos computadores", acrescentou a atriz Laura Houha, de 34 anos.

Nos últimos dias, diferentes sindicatos se sentaram à mesa com a Aliança de Produtores de Cinema e Televisão (Alliance of Motion Picture and Television Producers, AMPTP), que inclui estúdios como Disney e Netflix, no âmbito da negociação coletiva que estabelece as condições salariais a cada três anos.

"É um bom sinal", disse Knight. Segundo ele, isto "significa que há esperança (...) porque a AMPTP está começando a reformular as coisas e vir à mesa com uma ideia e uma oferta".

A greve está tendo um enorme impacto na indústria cinematográfica, pois interrompeu muitas filmagens e produções e levou ao adiamento do Emmy, a concorrida cerimônia de entrega dos prêmios da televisão, por quatro meses até janeiro.

"Hoje é um recordatório de que o movimento operário sempre esteve vivo nos Estados Unidos (...) Continuamos lutando", afirmou Knight.

T.Parisi--RTC