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Biden se soma a grevistas do setor automotivo em piquete nos EUA
Biden se soma a grevistas do setor automotivo em piquete nos EUA / foto: Jim WATSON - AFP

Biden se soma a grevistas do setor automotivo em piquete nos EUA

Uma imagem inédita foi exibida nesta terça-feira (26): a do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, junto aos trabalhadores da indústria automotiva no estado de Michigan (norte) para apoiar suas demandas e dizer que eles merecem um aumento salarial "significativo".

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Foi um ato classificado como "histórico" pela Casa Branca.

Com um boné de beisebol e um megafone nas mãos, o democrata de 80 anos se dirigiu aos trabalhadores do sindicato UAW e reconheceu "os sacrifícios" que fizeram para salvar a indústria em 2008. E que, por isso, merecem um "aumento significativo" em seus salários, afirmou.

Em campanha pela reeleição em 2024, o democrata está comprometido com o sindicato que enfrenta as três grandes empresas do setor: General Motors, Ford e Stellantis.

Os trabalhadores esperaram por Biden na entrada da fábrica no condado de Wayne, onde uma dezena de grevistas fazia um piquete na manhã desta terça-feira. O ato contou com uma fogueira perto de uma tenda, além de cartazes pedindo "salve o sonho americano".

"É um apoio muito importante, porque ele acredita naquilo pelo que lutamos. Isso me enche de orgulho", disse à AFP um dos trabalhadores, Patrick Small.

Para ele, o sindicato UAW, que representa os trabalhadores do setor, deve apoiar o presidente.

Ao visitar o local na terça-feira, Biden abriu vantagem em relação ao ex-presidente Donald Trump, que irá ao mesmo estado na quarta-feira para cortejar os trabalhadores.

Trump, que anunciou sua viagem antes da de Biden, acusou o presidente de copiá-lo.

Seu porta-voz, Jason Miller, classificou a visita do presidente como "uma pobre sessão de fotos".

- "Pró-sindicatos" -

Para o democrata, o desafio é provar que ele é o defensor dos trabalhadores, dos sindicatos e o arquiteto do ressurgimento da indústria americana.

Mas aos 80 anos, o presidente está consciente de que o conflito nesta indústria-chave pode custar caro à economia dos EUA.

Ainda assim, Biden observou que os fabricantes devem beneficiar seus empregados com seus "lucros recordes".

"Não estamos envolvidos nas negociações" entre sindicato e empresas, frisou sua porta-voz, Karine Jean-Pierre, ao ser questionada sobre se o presidente tomaria partido de alguma das partes.

- Estado-chave -

Biden fez do apoio aos sindicatos uma característica fundamental de seu mandato. O apoio do sindicato UAW à sua candidatura em 2020 foi essencial para que o estado de Michigan votasse a seu favor, após votar em Trump em 2016.

O governo democrata é uma das forças motrizes por trás da mudança histórica da indústria automotiva em direção aos veículos elétricos.

"Quando ele caminhar lentamente para fingir que está num 'piquete', lembrem-se que ele quer enviar os empregos de vocês para a China", lançou Trump em sua rede Truth Social, embora os subsídios para veículos elétricos previstos no plano de Biden só se apliquem a carros fabricados na América do Norte.

Trump precisa dos votos de operários de estados-chave como Michigan, Pensilvânia e Wisconsin, conquistados em 2016. Amanhã, o republicano discursará na frente de uma fábrica de autopeças em Clinton Township, Michigan, segundo sua equipe de campanha, a cerca de 60 quilômetros do local onde Biden esteve nesta terça-feira.

L.Aitken--RTC