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Gay Games iniciam em Hong Kong após um ano de atraso
Gay Games iniciam em Hong Kong após um ano de atraso / foto: Peter PARKS - AFP

Gay Games iniciam em Hong Kong após um ano de atraso

Mais de mil atletas se reuniram neste sábado (04) em um estádio em Hong Kong para a abertura dos Gay Games, evento internacional esportivo da comunidade LGBTQIA+, que acontece pela primeira vez no continente asiático.

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Originalmente previsto para novembro de 2022, o evento foi adiado devido às rígidas restrições em Hong Kong durante a pandemia, que só começaram a ser suavizadas no final do ano passado.

Sob aplausos da plateia, atletas vestidos com cores vibrantes entraram neste sábado no Estádio Queen Elizabeth, segurando as bandeiras de seu países e do arco-íris.

"Os primeiros Gay Games na Ásia, é incrível", disse Hélène Germain, uma francesa que foi a Hong Kong pela primeira vez para participar de uma corrida de caiaque.

Cerca de 2.400 atletas competirão em 18 categorias, abertas tanto para pessoas LGBTQIA+ quanto para heterossexuais. O objetivo, segundo os organizadores, é promover a diversidade e inclusão.

"Para alguém como eu, que não se identifica como homem nem como mulher", os Gay Games representam um espaço acolhedor", disse Jinsun Yang, vindo da Coreia do Sul.

Em Hong Kong, a mais alta instância judicial do território ordenou que as autoridades criassem, no prazo de dois anos, um "marco alternativo" que reconhecesse os direitos dos casais do mesmo sexo.

Os juízes do Tribunal de Apelações, no entanto, também decidiram que o casamento era "limitado a casais de sexos opostos".

Durante este sábado, alguns membros de um grupo religioso protestaram contra os Gay Games em frente ao local da cerimônia.

O maior partido pró-Pequim do território semiautônomo, o DAB, condenou a realização do evento esta semana, vendo-o como um ataque "aos valores tradicionais da família".

A defesa dos direitos LGBTQIA+ tem acontecido clandestinamente desde 2020, ano que Pequim impôs uma lei de segurança nacional após os grandes protestos pró-democracia.

Hélène Germain, também vice-presidente da federação francesa de esportes LGBTQIA+, explicou que alguns atletas de seu país optaram por não viajar para Hong Kong "devido à situação política".

Mas os participantes esperam que os Gay Games possam ajudar na luta contra a discriminação e oferecer uma maior aceitação da comunidade LGBTQIA+.

S.Martin--RTC