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Festivais de música procuram um viés mais ecológico
Festivais de música procuram um viés mais ecológico / foto: Oli SCARFF - AFP

Festivais de música procuram um viés mais ecológico

Três aviões, 270 toneladas de equipamento, 800 metros quadrados de palco: os números do enorme show gratuito da Madonna no Rio, em maio deste ano, parecem que vieram de outra época. Atualmente, os grandes artistas, no geral, estão mais interessados em manter um viés mais ecológico.

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Coldplay, que foi a atração principal do festival Glastonbury na Inglaterra, recentemente anunciou que tive uma redução em 59% na emissão de carbono em sua turnê mundial, em comparação com a turnê de 2016 e 2017.

A banda tomou medidas inovadoras incluindo painéis solares e uma pista de dança especial que gera eletricidade através do movimento da audiência.

Entretanto, críticos apontam que o grupo ainda voa em aviões e houve, particularmente, uma decepção, em 2022, quando a banda anunciou uma parceria com a gigante petrolífera finlandesa Neste.

Ainda que Neste tenha prometido ajudá-los no uso de biocombustíveis sustentáveis, o grupo da campanha Transport and Environment disse que o Coldplay estava sendo usado pela empresa petrolífera como "idiotas úteis para lavagem verde".

Embora o impacto geral seja difícil de medir, um estudo realizado pelo Instituto de Mudança Ambiental da Universidade de Oxford, em 2010, estimou que só a indústria britânica gerava 540 mil toneladas de emissões de carbono anualmente.

O grupo climático Clean Scene descobriu que os mil melhores DJs realizaram 51.000 voos em 2019, o equivalente a 35.000 toneladas de emissões de CO2.

- Compromissos climáticos -

Como resultado, todos os grandes festivais têm agora compromissos e iniciativas climáticas, desde programas de compostagem e partilha de automóveis em Coachella, na Califórnia, até o uso de energias renováveis em Glastonbury.

Um festival que tomou a liderança na iniciativa foi o "We Love Green", em Paris, "Nós Amamos o Verde", em tradução literal.

Cerca de 110 mil participantes do festival compareceram ao evento do mês passado para ver artistas, incluindo Sza, que viajou "quase sem equipamento", segundo Marianne Hocquard, chefe de desenvolvimento sustentável do festival.

Ela disse que isso dependia do festival garantir que eles tivessem grande parte do equipamento necessário para seus artistas e estabelecer limites de energia para as apresentações.

Outros tomaram medidas radicais: o festival Bon Air, em Marseille, cancelou a aparição do DJ I Hate Models esse ano, depois de descobrir que ele voaria em um jatinho particular para o festival.

Muitos eventos agora encorajam o público a usar meios de transporte mais sustentáveis.

"We Love Green" lançou uma parceria com a Federação Francesa de Ciclistas para disponibilizar comboios de bicicletas para a edição desse ano, e disse que 14% do público geral viajou sobre duas rodas, apesar do clima duvidoso, contra 8% no ano passado.

No entanto, existe um limite do quanto pode ser feito.

Quando Taylor Swift performou em Paris, em maio deste ano, o gabinete do prefeito da cidade disse que houve um aumento nas chegadas de jatos particulares aos aeroportos locais.

Os operadores de jatos particulares têm participado em eventos de entretenimento, como festivais ou o torneio de futebol Euro 2024, para impulsionar os seus negócios.

Havia pouco sobre o clima em um comunicado de imprensa recente da operadora de jatos particulares KlasJet, que dizia: “Quando você está viajando para um evento incrível como o Euro 2024, a última coisa que você quer é que sua experiência seja arruinada por um voo atrasado."

P.Ortiz--RTC