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Fed avalia novo corte nas taxas apesar do aumento da inflação
Fed avalia novo corte nas taxas apesar do aumento da inflação / foto: ANDREW CABALLERO-REYNOLDS - AFP

Fed avalia novo corte nas taxas apesar do aumento da inflação

O Banco Central dos Estados Unidos (Federal Reserve, Fed) se reúne na terça e quarta-feira para analisar a redução das taxas de juros em meio ao aumento da inflação.

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A alta dos preços complicará sua decisão, mas ainda se espera uma redução das taxas, enquanto as políticas anunciadas pelo presidente eleito, Donald Trump, poderão aumentar ainda mais a inflação.

Os representantes do Fed abordarão o tema "com cautela", destacam os economistas da High Frequency Economics.

Cortar um 0,25% ou manter as taxas no nível atual de 4,50-4,75%? Segundo avaliação do CME Group, a maioria do mercado aposta na primeira opção.

Contudo, a inflação começou a subir novamente nos últimos dois meses, após seguir uma trajetória otimista em direção à meta de 2% estabelecida pelo Fed.

Mas o presidente da instituição, Jerome Powell, "receberá favoravelmente" estes dados, que "sugerem que a inflação segue um caminho acidentado para retornar aos 2%, em um contexto de forte crescimento e de um mercado de trabalho equilibrado", destacou Krishna Guha.

O índice de preços ao consumidor IPC – ao qual estão indexadas as aposentadorias – subiu em novembro para 2,7%.

O índice PCE, que o Fed pretende reduzir para 2%, será publicado no dia 20 de dezembro.

Para os produtores, os preços subiram em novembro, atingindo o nível mais elevado em quase dois anos, devido especialmente às consequências da gripe aviária, segundo o índice IPP.

"Ainda estamos longe de declarar vitória na guerra contra a inflação", alertou Diane Swonk, economista-chefe da KPMG, em entrevista à AFP.

- Ambiente inflacionário -

Depois de cortar as taxas em 0,5% em setembro e 0,25 em novembro, estes dados encorajarão o Fed a tomar medidas ponderadas para evitar um novo aumento nos preços.

Jerome Powell disse recentemente que o Fed "poderia ser um pouco mais cauteloso", devido ao fortalecimento da economia.

Uma das suas governadoras, Michelle Bowman, considerou que os riscos associados à inflação são “maiores” do que os associados ao desemprego.

No entanto, mesmo que o Fed baixe as taxas conforme esperado, é pouco provável que a decisão seja unânime.

"Pode haver um voto, ou vários, a favor de uma pausa", disse à AFP Greg Daco, economista-chefe da EY Parthenon.

Em sua conferência de imprensa de quarta-feira, Jerome Powell terá, sem dúvida, "problemas suficientes para justificar este corte nas taxas em um ambiente que, neste momento, é percebido como mais inflacionário".

O crescimento dos EUA, impulsionado pelos gastos dos consumidores, permaneceu muito mais forte do que o esperado. E "há uma incerteza latente sobre as políticas (…) que serão implementadas no próximo ano", afirma o economista.

Donald Trump retornará à Casa Branca em 20 de janeiro. Desregulamentação, imigração, redução de impostos, aumento de tarifas: as medidas planejadas pelo republicano "terão efeitos incertos no crescimento, mas certos na inflação", destaca.

B.Puglisi--RTC