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Opositor venezuelano Guaidó chega aos EUA após denunciar expulsão da Colômbia
Opositor venezuelano Guaidó chega aos EUA após denunciar expulsão da Colômbia / foto: Matias Delacroix - AFP/Arquivos

Opositor venezuelano Guaidó chega aos EUA após denunciar expulsão da Colômbia

O líder opositor venezuelano Juan Guaidó chegou a Miami, no sudeste dos Estados Unidos, nesta terça-feira (25), depois de denunciar ter sido expulso da Colômbia, onde havia entrado de forma irregular horas antes, na véspera de uma conferência internacional sobre a Venezuela em Bogotá.

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Ao chegar a Miami, Guaidó disse à imprensa local que estava "muito preocupado" por sua família e equipe de trabalho que, segundo ele, foram ameaçados na Venezuela depois que ele viajou para o país vizinho.

"Infelizmente, hoje também devo dizer que a perseguição foi sentida na Colômbia", acrescentou o opositor, que havia denunciado sua expulsão com um vídeo divulgado no Twitter, gravado do avião em que deveria partir para os EUA.

Algumas horas depois, o presidente colombiano, Gustavo Petro, negou que Guaidó tenha sido expulso de Bogotá.

"O senhor Guaidó tinha um acordo para viajar para os Estados Unidos. Permitimos por razões humanitárias, apesar da entrada ilegal no país", escreveu Petro no Twitter.

Washington pareceu confirmar essa versão à tarde. "Os diplomatas americanos colaboraram estreitamente com o governo colombiano para ajudá-lo a chegar são e salvo aos Estados Unidos", disse aos jornalistas Vedant Patel, porta-voz do Departamento de Estado.

"Agradecemos ao governo colombiano por apoiar os venezuelanos que fogem de seu país devido à perseguição e à crise humanitária na Venezuela", acrescentou.

Apesar de ser proibido de deixar seu país desde 2019, Guaidó cruzou a fronteira com a Colômbia a pé na segunda-feira, um dia antes da cúpula em Bogotá que visa fazer a mediação entre o governo de Nicolás Maduro e a oposição venezuelana para a realização de eleições em 2024.

Nem Guaidó, nem o presidente Maduro foram convidados ao encontro, que contará com representantes de cerca de 20 delegações de diferentes países, incluindo os EUA.

- Entrada irregular -

A Colômbia afirmou que Guaidó não havia entrado legalmente em seu território, portanto, não poderia permanecer lá.

O opositor "atravessou a fronteira sem o conhecimento da Colômbia (...) de surpresa. Sabe-se que ele está aqui pelo barulho que ele mesmo produz", comentou, nesta terça, à imprensa, o chanceler colombiano, Álvaro Leyva.

"Aqui não fechamos as portas para ninguém, este não é um país que expulsa, este é um país que simplesmente busca cumprir a Constituição e a lei", acrescentou o ministro das Relações Exteriores.

Guaidó - considerado pelo governo dos Estados Unidos o presidente encarregado da Venezuela entre 2019 e janeiro de 2023, após a questionada reeleição de Maduro em 2018 - havia anunciado antes que solicitaria reuniões com as delegações presentes na conferência internacional.

Também convocou uma manifestação para esta terça-feira na Praça de Bolívar, a 200 metros do Palácio de San Carlos, sede da cúpula.

"Espero que a conferência possa garantir que o regime de Maduro retorne à mesa de negociações no México e a aprovação de um cronograma confiável para eleições livres e justas como solução para o conflito", afirmou em um comunicado.

- “Abrupta, abusiva e imbecil” -

O novo presidente colombiano reverteu esse processo e assumiu um papel de destaque nas negociações políticas na Venezuela.

Na quinta-feira, pediu ao seu contraparte americano, Joe Biden, a suspensão gradual das sanções contra a Venezuela se o governo Maduro cumprir uma agenda para realizar eleições presidenciais com garantias em 2024.

Para retomar as negociações no México, Maduro exige que Washington libere os recursos que foram bloqueados pelas sanções. Esse dinheiro seria entregue às Nações Unidas para ser destinado a programas sociais, conforme acordado anteriormente na capital mexicana.

"Se o acordo do México não for cumprido, esqueçam esse caminho", declarou Maduro na segunda-feira pela televisão, e chamou a visita de Guaidó de "intempestiva, abrupta, abusiva e imbecil".

Guaidó, que aspira à candidatura da oposição nas eleições primárias convocadas para 22 de novembro, tinha planos de continuar seu giro por outros países depois da Colômbia.

J.Morris--RTC