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Centenas de foguetes são lançados de Gaza após novos bombardeios israelenses
Centenas de foguetes são lançados de Gaza após novos bombardeios israelenses / foto: Zain Jaafar - AFP

Centenas de foguetes são lançados de Gaza após novos bombardeios israelenses

Centenas de foguetes foram lançados, nesta quarta-feira (10), da Faixa de Gaza contra Israel, após bombardeios israelenses que deixaram mais de 20 mortos desde a terça-feira no território palestino, na pior escalada da violência em meses.

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Trata-se da escalada mais grave entre grupos armados palestinos em Gaza e Israel desde agosto de 2022.

Sirenes de alerta foram acionadas no região de Tel Aviv e no sul de Israel diante de novos bombardeios à tarde. Um jornalista da AFP em Gaza constatou o lançamento de dezenas de foguetes em direção ao território israelense por volta das 19h30 locais (13h30 no horário de Brasília).

Horas antes, a diplomacia israelense havia informado que mais de 270 foguetes foram lançados de Gaza.

Os grupos armados neste território palestino reivindicaram, em nota conjunta, ter lançado "centenas de foguetes" contra Israel, prometendo ao "inimigo" "dias escuros" em caso de escalada. "A resistência está pronta para todas as opções", asseguraram.

O Ministério palestino da Saúde em Gaza informou seis mortes em ataques israelenses. Na véspera, foram 15, incluindo quatro crianças, segundo a mesma fonte.

A Jihad Islâmica, considerada um grupo "terrorista" por Israel, União Europeia e Estados Unidos, informou que vários integrantes do grupo morreram na terça-feira nestes bombardeios, pessoas que o exército do Estado hebraico descreveu como líderes do movimento envolvidos em operações anti-israelenses.

O exército de Israel informou que nesta quarta-feira alvejou uma base de lançamento de foguetes do movimento, depois de ter atacado membros do grupo.

Quatro dos mortos nesta quarta eram combatentes da Frente Popular para a Libertação da Palestina, informou o grupo em nota.

Entre as vítimas fatais também está uma menina de 10 anos, cujo corpo foi visto por um jornalista da AFP no hospital Shifa, em Gaza.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse estar "muito preocupado" com a escalada da violência, segundo um porta-voz da instituição, que afirmou que a ONU quer se assegurar "que não haverá mais uma escalada" na região.

- "O pior" -

O Egito, que costuma atuar como mediador do conflito, interveio para tentar apaziguar a situação.

"O Egito tenta facilitar a obtenção de um cessar-fogo", declarou à AFP uma autoridade israelense sob anonimato. Em Gaza, fontes próximas ao Hamas e à Jihad Islâmica confirmaram esta iniciativa, assim como uma fonte egípcia.

A Faixa de Gaza, um território palestino estreito e muito pobre, tem 2,3 milhões de habitantes. O local é governado pelo movimento islâmico Hamas desde 2007 e está sob bloqueio de Israel. Desde 2008, foi cenário de várias guerras com Israel.

Nesta quarta-feira, os estabelecimentos comerciais de Gaza permaneceram fechados e Monther Abdullah, morador do território, afirmou que a população "espera o pior".

"Eu sinto que uma guerra se aproxima. Há tensão e medo, seja aqui ou lá (em Israel)", declarou o homem de 50 anos.

Os moradores da região do enclave palestino se refugiaram em abrigos e as escolas foram fechadas em um raio de 40 quilômetros ao redor do território, segundo a rádio pública israelense.

Amos Guetta, um morador de Askhelon, de 58 anos, disse que estava "angustiado e satisfeito por algo ter sido feito para impedir" os disparos de foguetes.

- "Estamos preparados" -

"Estamos preparados para uma possível operação reforçada e ataques intensos em Gaza", afirmou o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu em uma reunião com autoridades no sul de Israel.

A Liga Árabe, que realizou uma reunião extraordinária sobre o tema, condenou "com veemência" os "crimes generalizados israelenses".

Na semana passada, foguetes foram disparados entre grupos de Gaza e Israel, após a morte de um líder do movimento islâmico que passou mais de 80 dias em greve de fome em uma penitenciária israelense.

O ministério palestino da Saúde identificou as vítimas fatais como Ahmed Jamal Tawfiq Assaf, 19 anos, e Rani Walid Ahmed Qatanat, de 24, e informou que eles foram "mortos por tiros da ocupação israelense" na localidade de Qabatiya.

Desde o início do ano, 132 palestinos morreram, assim como 19 israelenses, uma ucraniana e um italiano no conflito israelense-palestino, de acordo com um balanço da AFP baseado nos números oficiais divulgados pelas duas partes.

C.Moreno--RTC