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Rússia afirma que impediu grande ofensiva ucraniana
Rússia afirma que impediu grande ofensiva ucraniana / foto: Olga MALTSEVA - AFP

Rússia afirma que impediu grande ofensiva ucraniana

A Rússia afirmou nesta segunda-feira (5) que impediu uma ofensiva ucraniana em larga escala na região de Donetsk (leste), mas Kiev não fez qualquer comentário, o que mantém o mistério sobre a contraofensiva que o país prepara há vários meses para recuperar os territórios ocupados.

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O ministério russo da Defesa informou em um comunicado que impediu ataques em cinco setores da frente de batalha "na direção sul da região Donetsk".

"O inimigo não alcançou o objetivo" de romper as linhas russas, acrescentou o ministério, que mencionou um número elevado de baixas do lado rival e divulgou imagens de blindados ucranianos destruídos, mas sem revelar detalhes sobre a localização dos combates ou sobre as vítimas das tropas de Moscou.

O comandante do Estado-Maior russo e coordenador das operações na Ucrânia, general Valeri Gerasimov, "estava em um dos postos de comando avançados", afirma um comunicado militar.

Vladimir Rogov, oficial da ocupação russa na região de Zaporizhzhia (sul da Ucrânia), relatou ataques ucranianos contra posições russas nesta segunda-feira, segundo a agência oficial TASS.

- Silêncio de Kiev -

As autoridades ucranianas permaneceram em silêncio. Kiev alertou que não revelaria nada sobre os planos ou o calendário da contraofensiva anunciada há vários meses para recuperar os territórios ocupados no sul e leste do país.

E para reforçar a estratégia, um vídeo que circula nas redes sociais mostra soldados com o dedo diante dos lábios e a frase: "Planos gostam de silêncio".

No domingo, o ministro da Defesa da Ucrânia, Oleksiy Reznikov, tuitou o vídeo e citou um trecho da canção "Enjoy the Silence", do grupo britânico Depeche Mode: "Words are very unnecessary. "They can only do harm" (Palavras são desnecessárias. Eles só podem fazer mal).

Analistas militares russos acreditam que as tropas ucranianas multiplicam os ataques nas linhas russas para descobrir suas falhas, antes do início de uma grande contraofensiva.

Foi isto que aconteceu em setembro de 2022, quando o exército de Kiev preparou de maneira sigilosa um ataque que resultou na retomada de quase toda a região de Kharkiv (nordeste).

Alexader Kots, um correspondente de guerra ligado ao Kremlin, relatou combates em curso a partir das primeiras horas da segunda-feira na área Vugledar, sul da região de Donetsk, e mais ao norte, perto de Soledar e Bakhmut, duas cidades ocupadas pelos russos após meses de batalhas violentas.

Ele afirmou, no entanto, que este ainda não é um ataque de grande envergadura.

Kots disse que Kiev "ainda não introduziu as principais forças na batalha. E quando isto acontecer, pode ocorrer em outro setor da frente de batalha".

O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, confirmou os combates perto de Bakhmut e no sul da região de Donetsk, mas não fez comentários sobre o significado estratégico.

"Acredito que é melhor deixar que os ucranianos comuniquem sobre sua operação", declarou Austin em Nova Délhi.

- "O que vai acontecer?" -

Do outro lado da fronteira, a região russa de Belgorod é cenário, há duas semanas, de ataques, bombardeios e combates entre o exército de Moscou e combatentes russos pró-Ucrânia.

Em uma operação no domingo, um grupo fez prisioneiros e informou que eles serão entregues a Kiev. Um vídeo divulgado pelos combatentes mostra uma dezena de detidos, incluindo dois feridos.

Esta é a primeira vez que cidadãos russos são capturados em território russo.

O governador de Belgorod, Viacheslav Gladkov, mencionou possíveis negociações, mas os combatentes pró-Ucrânia afirmaram no vídeo que as autoridades russas não compareceram a um encontro acordado.

Nos últimos dias, os combates se concentraram nas localidades de Novaya Tavolzhanka e Shebekino, perto da fronteira, o que provocou a fuga de milhares de civis para capital regional homônima Belgorod.

"Estamos em péssimas condições, mas suportamos, tentamos ser fortes porque temos filhos (...) Mas o que vai acontecer depois? Não sabemos de nada", declarou à AFP Irina Burlakova, uma deslocada que buscava ajuda humanitária em um abrigo.

A mulher de 30 anos fugiu de Shebekino com o marido e o filho. A família morava no centro da cidade, que foi atingida nos últimos dias por disparos de artilharia.

Durante a noite, a região de Belgorod voltou a ser alvo de bombardeios e de um ataque com drones que deixaram um ferido e atingiram uma área de infraestrutura energética, segundo Gladkov.

A Ucrânia insiste que não tem envolvimento com os ataques.

F.Peeters--RTC