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Especialista que investigava interferência da China em eleições canadenses renuncia
Especialista que investigava interferência da China em eleições canadenses renuncia / foto: Philippe HUGUEN - POOL/AFP

Especialista que investigava interferência da China em eleições canadenses renuncia

O especialista nomeado pelo primeiro-ministro Justin Trudeau para investigar as acusações de interferência da China nas duas últimas eleições canadenses anunciou sua demissão, nesta sexta-feira (9).

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O ex-governador-geral David Johnston havia acabado de divulgar um relatório provisório no qual concluía que Pequim tentou interferir nas votações de 2019 e 2021 no Canadá, mas que o país asiático não conseguiu alterar o resultado da votação.

As audiências deveriam começar no mês que vem, com depoimentos de membros de diásporas de certas comunidades, bem como de especialistas em segurança nacional e relações internacionais, antes da apresentação do relatório final, em outubro. Mas os partidos de oposição acusam Johnston de ser muito próximo de Trudeau e exigem uma investigação independente.

"Quando assumi a tarefa de relator especial independente sobre interferências estrangeiras, meu objetivo era contribuir para fomentar a confiança em nossas instituições democráticas", declarou Johnston em sua carta de demissão. "Cheguei à conclusão de que, dado o ambiente altamente partidário em torno da minha nomeação e do meu trabalho, meu papel teve o efeito contrário."

O governo liberal minoritário de Trudeau se viu pressionado a explicar como respondeu às alegações de que Pequim pretendia influenciar ou subverter o processo democrático no Canadá, afirmação feita por veículos de comunicação com base em fontes da inteligência.

As acusações incluem doações secretas a campanhas e agentes chineses que trabalhavam para candidatos ou parlamentares canadenses, em uma tentativa de interferir na política. No mês passado, Ottawa expulsou um diplomata chinês envolvido na trama.

Pequim, que chamou as acusações de "infundadas", alertou que se alinhar à política de Washington para a China pode sabotar as relações do Canadá com seu segundo maior parceiro comercial.

Em suas conclusões preliminares, Johnston rejeitou os pedidos de uma investigação pública - recomendação aceita por Trudeau -, citando "a sensibilidade da inteligência" em jogo.

Johnston declarou que sua demissão se tornará efetiva no fim do mês.

C.Moreno--RTC