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Rússia ataca centro de transfusão sanguínea e fabricante aeronáutico na Ucrânia
Rússia ataca centro de transfusão sanguínea e fabricante aeronáutico na Ucrânia / foto: . - AFP/Arquivos

Rússia ataca centro de transfusão sanguínea e fabricante aeronáutico na Ucrânia

A Rússia intensificou seus ataques à Ucrânia neste sábado (5), com um bombardeio a um centro de transfusão de sangue em Kharkiv (leste) que deixou "mortos e feridos", e outro contra um fabricante aeronáutico em Khmelnytskyi (centro), anunciou o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, horas depois de Kiev atacar um petroleiro russo no Estreito de Kerch.

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"Uma bomba aérea guiada" atingiu o centro de saúde em Kupiansk, uma cidade a poucas dezenas de quilômetros da fronteira com a Rússia, disse Zelensky nas redes sociais, acrescentando que as equipes de resgate estavam "combatendo o fogo".

Pouco antes, o presidente ucraniano informou em seu discurso matinal que mísseis russos haviam atingido as instalações do grupo aeronáutico ucraniano Motor Sich, uma das empresas requisitadas pelo governo no início da guerra.

A fábrica da Motor Sich está localizada perto de Jmelnitski, cerca de 300 quilômetros a sudoeste de Kiev. A região, onde está situada uma importante base aérea ucraniana, tem sido alvo regular de ataques russos nos últimos meses.

Em sua intervenção, Zelensky permaneceu desafiador e enfatizou que "não importa quantos ataques russos ocorram, eles não servirão para nada ao inimigo".

- Ataque a petroleiro russo -

Horas antes, Kiev anunciou que havia atingido com drones um petroleiro russo no Estreito de Kerch, o que prejudicou por algumas horas o tráfego em uma ponte estratégica que liga Rússia à península da Crimeia, em um momento de grande tensão no Mar Negro.

As operações militares dos dois países na região se tornaram mais intensas desde que a Rússia abandonou, no mês passado, o acordo que permitia à exportação de grãos ucranianos por esta rota marítima.

O navio russo "SIG" foi atingido às 23h20 (17h20 de Brasília) de sexta-feira ao sul do Estreito de Kerch, informou neste sábado a agência federal de transporte marítimo da Rússia no Telegram.

A diplomacia russa condenou o ataque e afirmou que alvo era um "navio civil". Também destacou que Kiev "não apenas colocou a tripulação em risco de morte, como também provocou uma ameaça de desastre ambiental em larga escala".

Moscou também informou neste sábado que havia enviado um caça para interceptar um drone americano de reconhecimento que voava próximo à sua fronteira aérea sobre o mar.

- Foco na Crimeia -

Na sexta-feira, a Ucrânia anunciou outro ataque com drones contra um navio russo de guerra na base de Novorossiysk, sul da Rússia, uma operação que também foi considerada "bem-sucedida" pelo serviço de inteligência de Kiev.

Novorossiysk é um importante porto petrolífero que abriga o terminal de um oleoduto com 1.500 km de extensão proveniente do oeste do Cazaquistão e das regiões russas localizadas ao norte do Mar Cáspio.

Enquanto isso, na Crimeia, as autoridades russas disseram neste sábado que derrubaram um drone ucraniano quando o aparelho tentava atacar Sebastopol, grande porto e base russa na península.

Moscou afirmou que as Forças Armadas ucranianas, com o auxílio de dois barcos sem tripulação, tentaram atacar a base naval, mas que as embarcações foram "detectadas e destruídas".

A frota russa no Mar Negro foi atacada em várias ocasiões desde o início da invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022. As ações se intensificaram nas últimas semanas.

A Ucrânia, que iniciou uma contraofensiva em junho para tentar retomar territórios ocupados pela Rússia, com progressos modestos até o momento, busca também recuperar a Crimeia, anexada pela Rússia em 2014.

- Reunião sem Rússia na Arábia Saudita -

O exército russo reivindicou neste sábado a captura de Novoselivske, uma localidade da região de Kupiansk, nortes da Ucrânia.

As tropas de Kiev haviam recuperado a localidade dos russos em dezembro.

E no campo diplomático, a Arábia Saudita recebe a partir deste sábado na cidade de Jidá negociações entre representantes de mais de 30 países, incluindo Brasil, China, Índia e África do Sul (que integram o Brics com a Rússia) para buscar uma solução ao conflito.

Riad, como maior exportador de petróleo do mundo trabalha em estreita colaboração com Moscou na política dos combustíveis, mantém contatos com os dois lados, mas a Rússia sequer foi convidada.

As conversações foram concluídas neste sábado conforme esperado, sem nenhum comunicado final.

No entanto, uma fonte europeia afirmou que houve acordo de que o respeito à "integridade territorial e soberania" da Ucrânia deve estar "no centro de qualquer acordo de paz".

D.Nielsen--RTC