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Soldado dos EUA entrou ilegalmente na Coreia do Norte, afirma Pyongyang
Soldado dos EUA entrou ilegalmente na Coreia do Norte, afirma Pyongyang / foto: Anthony WALLACE - AFP/Arquivos

Soldado dos EUA entrou ilegalmente na Coreia do Norte, afirma Pyongyang

Um soldado americano que cruzou a fronteira e entrou na Coreia do Norte em julho "admitiu que o fez ilegalmente", reportou, nesta quarta-feira (16), a agência de notícias estatal norte-coreana KCNA.

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Essa foi a primeira reação pública da Coreia do Norte ao caso do soldado Travis King, que, segundo a imprensa, tem 23 anos.

"De acordo com uma investigação de um órgão relevante da República Popular Democrática da Coreia (RPDC), Travis King admitiu que entrou ilegalmente no território do país", relatou a KCNA. "Durante a investigação, ele confessou que decidiu vir para a RPDC porque se ressentia dos maus-tratos e da discriminação racial dentro do Exército americano."

Depois de uma briga em um bar, um incidente com a polícia e um período preso na Coreia do Sul, King estava sendo levado ao aeroporto, no mês passado, para retornar ao estado americano do Texas. Mas, em vez de viajar para comparecer a audiências disciplinares, o soldado escapou, misturou-se a uma excursão turística à Zona Desmilitarizada e fugiu atravessando a fronteira.

King "chegou a ser mantido sob o controle de soldados do Exército Popular da Coreia em serviço quando invadiu deliberadamente a área do lado da RPDC ao longo da Linha de Demarcação Militar", descreveu a KCNA nesta quarta-feira, confirmando, pela primeira vez, a detenção de King na Coreia do Norte.

"O soldado também expressou vontade de buscar refúgio na RPDC ou em um terceiro país, dizendo que estava desiludido com a sociedade americana desigual", ressaltou a KCNA, acrescentando que uma investigação do governo está em andamento.

O incidente de julho ocorreu no momento em que a relação entre as duas Coreias está em um dos pontos mais baixos de todos os tempos, com a diplomacia paralisada e o líder norte-coreano, Kim Jong Un, pedindo um desenvolvimento maior de armas.

No começo do mês, o Comando das Nações Unidas indicou que a Coreia do Norte havia "respondido" aos esforços para discutir o caso. O secretário de Estado americano, Antony Blinken, confirmou, na ocasião, que um contato havia sido feito com os norte-coreanos, acrescentando que ainda não sabia onde King estava, nem em que condições.

As duas Coreias permanecem tecnicamente em guerra, e a maior parte da fronteira comum é fortemente vigiada. Mas na Área de Segurança Conjunta (JSA, sigla em inglês), a fronteira é demarcada apenas por uma divisão de concreto baixa, o que a torna relativamente fácil de atravessar, apesar da presença de soldados em ambos os lados.

Pyongyang tem uma longa história de prender americanos e usá-los como moeda de troca em negociações bilaterais.

C.P.Wilson--RTC