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EUA reabrirá escritório em Havana para procedimentos de reagrupamento familiar
EUA reabrirá escritório em Havana para procedimentos de reagrupamento familiar / foto: YAMIL LAGE - AFP

EUA reabrirá escritório em Havana para procedimentos de reagrupamento familiar

Os Estados Unidos vão reabrir um escritório em Havana que será encarregado dos procedimentos para reagrupamento familiar e solicitações de parentes de refugiados, anunciou o Departamento de Segurança Interna (DHS) americano nesta quinta-feira (17).

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Em um comunicado, o Departamento de Segurança Interior (DHS) informou que o escritório dos Serviços de Cidadania e Imigração dos Estados Unidos (USCIS) será responsável pela "realização de entrevistas e o processamento de casos pendentes" de reagrupamento familiar.

Esse reagrupamento só é possível se o Departamento de Estado americano fizer um convite ao familiar que mora nos Estados Unidos como cidadão americano ou residente.

O convite só é feito se o formulário que este último deve apresentar em nome do beneficiário cubano for aprovado.

O escritório em Havana também atenderá aos pedidos de refugiados e de pessoas às quais foi concedido asilo para que levem seus familiares aos Estados Unidos, acrescenta o comunicado.

Além disso, "proporcionará outros serviços limitados" como "a coleta de dados biométricos para as solicitações de visto U" para as vítimas de certos crimes. No entanto, para acessar os serviços, será necessária uma reunião prévia.

Nos últimos meses, Washington impulsionou uma série de "vias legais" para frear a chegada multitudinária de migrantes à sua fronteira com o México.

O reagrupamento familiar é uma dessas vias com a aceitação de solicitações de asilo de uma cota de cubanos, haitianos, nicaraguenses e venezuelanos e o lançamento de um aplicativo para celular (CBP One) para que os migrantes solicitem uma reunião para entrar no país.

- Entradas ilegais -

A reabertura do escritório do USCIS em Havana se insere nos esforços do governo americano para conseguir o que denomina de migração "ordenada".

"Esta administração está tomando medidas para reduzir as entradas ilegais e simplificar o acesso às vias legais, seguras e ordenadas para quem busca ajuda humanitária", afirmou o secretário de Segurança Interior, Alejandro Mayorkas, citado no comunicado.

"Os cubanos como a minha própria família, que há quase 63 anos fugiu do poder comunista, merecem a mesma oportunidade de seguir os caminhos legais para construir uma nova vida nos Estados Unidos", acrescentou.

Segundo dados da polícia de fronteira, mais de 15 mil cubanos foram interceptados na fronteira entre o México e os Estados Unidos desde janeiro deste ano até o final de junho.

- Fechada durante anos -

O escritório do USCIS em Havana estava fechado desde 10 de dezembro de 2018.

O fechamento ocorreu por causa de uma redistribuição dos recursos da agência e da suspensão das operações em 2017 depois de que o Departamento de Estado ordenou a saída de todo o pessoal não essencial de Cuba pela suposta "Síndrome de Havana", como foram chamadas as doenças inexplicáveis do corpo diplomático americano.

As medidas de Washington em relação à ilha chegam a conta-gotas.

A ativista Rosa María Payá Acevedo, filha do dissidente e líder político cubano Oswaldo Payá, comemorou o anúncio, mas criticou o alcance da medida.

Os Estados Unidos "continuam negando aos perseguidos em Cuba a opção de emigrar de maneira segura da ilha. Insistimos na urgência da reativação do programa de refugiados políticos em Cuba", afirmou em uma mensagem no X, antes chamado de Twitter.

O governo de Cuba não reagiu publicamente à reabertura até o momento.

Em janeiro de 2021, ao chegar à Casa Branca, Biden prometeu revisar a política americana para Cuba, mas endureceu sua posição após as manifestações antigovernamentais de julho do mesmo ano, que deixaram um morto e dezenas de feridos.

Os dois países mantêm reuniões migratórias com certa frequência, mas entre os temas pendentes está a concessão de vistos para não imigrantes, destinados a turistas, estudantes e investidores, entre outros, obrigando muitos cubanos a viajarem para um terceiro país para obter um visto.

A.Romano--RTC