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Conferência de ajuda humanitária para Gaza começa com pedido de 'cessar-fogo'
Conferência de ajuda humanitária para Gaza começa com pedido de 'cessar-fogo' / foto: Ludovic MARIN - POOL/AFP

Conferência de ajuda humanitária para Gaza começa com pedido de 'cessar-fogo'

O presidente da França, Emmanuel Macron, pediu nesta quinta-feira um 'cessar-fogo' no conflito que opõe Israel ao movimento islamita Hamas na Faixa de Gaza, no início de uma conferência em Paris de ajuda humanitária para este território palestino.

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Israel iniciou uma campanha de bombardeios em Gaza em 7 de outubro em resposta ao ataque do Hamas que matou mais de 1.400 pessoas, a maioria civis, em território israelense. Além disso, o grupo palestino mantém 240 reféns.

Mais de 10.000 pessoas, a maioria civis e incluindo mais de 4.000 menores de idade, morreram nos bombardeios israelenses na Faixa de Gaza, um território estreito de 360 quilômetros quadrados, onde moram 2,4 milhões de pessoas, segundo o Ministério da Saúde do Hamas.

Depois de reiterar o direito de defesa de Israel, mas respeitando o direito internacional, Macron afirmou que a proteção dos civis deve ser uma prioridade.

"Isto requer uma pausa humanitária muito rápida e temos que trabalhar para conseguir um cessar-fogo", disse.

"Quantos palestinos têm que morrer para que a guerra termine?", questionou o primeiro-ministro da Autoridade Palestina, Mohammed Shtayyeh, que relatou as necessidades: atender os feridos e fornecer água, energia elétrica e medicamentos.

A França organizou a conferência na véspera do Fórum de Paris sobre a Paz para reunir os principais doadores e acelerar a ajuda - alimentos, energia ou equipamentos médicos - para a Faixa de Gaza, cenário de um êxodo de seus habitantes para o sul.

A ONU calcula que 1,2 bilhão de dólares são necessários para ajudar os moradores de Gaza e da Cisjordânia até o fim do ano. A França já anunciou uma ajuda de 100 milhões de euros (107 milhões de dólares).

"Não há crise humanitária na Faixa de Gaza", afirmou nesta quinta-feira Moshe Tetro, um comandante militar israelense, que reconheceu as "muitas dificuldades" enfrentadas pelos civis no território palestino.

O Egito denunciou o "silêncio internacional sobre as violações do direito humanitário internacional cometidas por Israel" na Faixa de Gaza.

"O que o governo israelense faz supera em muito o direito à autodefesa", disse o ministro egípcio das Relações Exteriores, Sameh Shukri, que lamentou um "desequilíbrio na consciência internacional".

- Cessar-fogo? -

Israel não participa na conferência, mas Macron vai informar o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, sobre o evento em uma conversa telefônica após a reunião, segundo a Presidência francesa.

A conferência tem a participação de poucos primeiros-ministros europeus e chefes das principais instituições da União Europeia (UE). Poucas nações árabes enviaram representantes. O Brasil é representado por Celso Amorim, assessor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Treze ONGs, incluindo Médicos Sem Fronteiras e Oxfam, pediram na quarta-feira aos participantes na conferência para "fazer tudo o que estiver ao seu alcance para obter um cessar-fogo imediato" e maior acesso à ajuda.

"As Nações Unidas nunca registraram tantas mortes em tão pouco tempo em um conflito", afirmou o diretor da agência da ONU para os refugiados palestinianos (UNRWA), Philippe Lazzarini, à rádio France Inter.

Apesar dos apelos por "pausas" humanitárias, "tréguas" ou "cessar-fogo", o primeiro-ministro de Israel insiste que a ofensiva prosseguirá enquanto o Hamas não libertar os reféns.

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W.Guerrero--RTC