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Após meses de contraofensiva, Ucrânia reivindica avanços no rio Dnieper
Após meses de contraofensiva, Ucrânia reivindica avanços no rio Dnieper / foto: Roman PILIPEY - AFP

Após meses de contraofensiva, Ucrânia reivindica avanços no rio Dnieper

A Ucrânia reivindicou nesta sexta-feira (17) a conquista de várias posições na margem leste do rio Dnieper, ocupada pelos russos no sul do país, uma operação bem-sucedida após meses de uma contraofensiva decepcionante.

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"As Forças de Defesa da Ucrânia conduziram uma série de operações bem-sucedidas na margem esquerda do rio Dnieper", na região de Kherson, anunciou o comando da Marinha ucraniana nas redes sociais.

"As tropas da Marinha ucraniana, em cooperação com outras unidades das Forças de Defesa, conseguiram estabelecer várias cabeças de ponte na região", acrescenta o comunicado, que cita "baixas consideráveis" nas fileiras inimigas

O anúncio desta sexta-feira é o primeiro êxito reivindicado pelos ucranianos desde a tomada da localidade de Robotyne, na região sul de Zaporizhzhia, em agosto.

Kiev esperava que a libertação desta cidade permitisse às suas tropas romper as linhas russas e recuperar outras áreas ocupadas, mas o Exército ucraniano ficou atolado diante do poder de fogo das defesas russas.

Com a tomada de várias posições na margem esquerda do Dnieper, o comando militar ucraniano tem a expectativa de iniciar um ataque maior em direção ao sul. Para isto, no entanto, o país precisa ter a capacidade de mobilizar soldados, veículos e equipamentos em uma área de acesso difícil, repleta de bancos de areia e pântanos.

O chefe do gabinete presidencial ucraniano, Andrii Yermak, informou na terça-feira que as forças de seu país haviam conseguido estabelecer posições na margem esquerda do Dnieper, sem revelar mais detalhes.

A Ucrânia mantém sigilo sobre a dimensão de suas operações em curso, as vitórias e os fracassos. O Kremlin e o Ministério russo da Defesa não comentam as informações.

Um avanço nesta região seria muito importante para as tropas ucranianas, porque a linha de frente está praticamente congelada desde que Kiev conseguiu libertar a cidade de Kherson, capital da região homônima, há um ano.

A frente de batalha da região está delimitada desde então pelo rio Dnieper, com as forças russas ocupando a margem esquerda e as tropas ucranianas controlando a margem direita.

- "Inferno de fogo" -

O governador da parte ocupada pela Rússia da região de Kherson, Vladimir Saldo, admitiu na quarta-feira que dezenas e até centenas de soldados ucranianos haviam conseguido estabelecer posições na margem esquerda do Dnieper, em particular nas proximidades da localidade de Krinki.

Saldo minimizou os avanços, citou o envio de reforços russos e afirmou que as tropas ucranianas estavam enfrentando um "inferno de fogo".

Kiev deseja evitar o efeito pernicioso do cansaço entre os aliados ocidentais com um conflito que já dura quase dois anos, no momento em que grande parte da atenção mundial está voltada para a guerra entre Israel e Hamas.

A Ucrânia é muito dependente do fornecimento de armas e munições americanas e europeias. O país está preocupado com o debate em vários países aliados sobre a conveniência de manter ou reduzir o apoio econômico e militar.

O Kremlin afirma que reorientou a economia russa para a produção de armas e munições. O país recrutou quase 400.000 soldados adicionais desde o início do ano.

G.Svensson--RTC