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Sobreviventes israelenses do ataque do Hamas encontram consolo no fundo do mar
Sobreviventes israelenses do ataque do Hamas encontram consolo no fundo do mar / foto: Ilan Ben Zion - AFP

Sobreviventes israelenses do ataque do Hamas encontram consolo no fundo do mar

Yamit Avital mal ouve a passagem de um navio militar israelense ao mergulhar nas profundezas do mar Vermelho, onde consegue espairecer e aliviar sua mente do trauma dos ataques do Hamas em 7 de outubro.

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"Há uma espécie de tranquilidade no mar, lá no fundo", diz Avital após emergir de um mergulho de 20 metros nas águas do Golfo de Aqaba, conhecido em Israel como Golfo de Eilat.

"É como se você não ouvisse nada, apenas ouvisse a música do mar", acrescenta.

Ela e seu marido, Benny, são do Kibutz Nir Oz, um dos mais atingidos pelos devastadores ataques do Hamas, que deixaram pelo menos 1.140 mortos no sul de Israel, segundo um balanço da AFP baseado em números israelenses. Em retaliação, Israel lançou uma ofensiva que transformou grande parte da Faixa de Gaza em ruínas e matou pelo menos 22.185 pessoas, a maioria mulheres e crianças, de acordo com o balanço mais recente do Ministério da Saúde do território, administrado pelo Hamas.

Após os ataques do Hamas, os Avital e seus três filhos foram levados para Eilat, em frente à Reserva Natural de Coral Beach e seus clubes de mergulho.

A Federação Israelense de Mergulho, os clubes de mergulho de Eilat e dezenas de voluntários se mobilizaram para oferecer cursos e viagens de mergulho gratuitos aos evacuados.

Yuval Goren, gerente do clube Aquasport, disse que estavam "desesperados para dar o que pudéssemos" para ajudá-los.

Muitos participantes disseram que a atividade acabou sendo um exercício meditativo que aliviou seu trauma.

- Voltando a sorrir -

Estudos sugeriram que as terapias de mergulho podem ser benéficas para o tratamento de traumas. O ambiente subaquático, a atividade física, os exercícios respiratórios e de controle corporal, a exposição e a superação do medo podem servir para atenuar a dor emocional, segundo especialistas.

"Aprendemos que estar na água e debaixo d'água traz enormes benefícios emocionais", diz Yotam Dagan, psicólogo que ajudou a organizar os mergulhos para os sobreviventes.

A sensação de leveza, a diminuição da frequência respiratória e dos batimentos cardíacos "reduzem o estresse de maneira muito significativa, não só durante o tempo de mergulho, mas depois, nos minutos e horas que se seguem, por vezes mais", explicou.

A instrutora Ofer Mor dirigiu um projeto para crianças e adultos de Nir Oz e outros evacuados no Centro de Mergulho Snuba em Eilat. Ela garantiu que o curso foi "muito tranquilo, muito lento", concentrado nas necessidades individuais dos participantes.

"Uma das respostas que recebi no início foi 'você devolveu meu sorriso'", lembrou.

Nos últimos dois meses, Shai Wolf, instrutora voluntária da Aquasport, ensinou técnicas de respiração e mergulho aos evacuados e como "reconhecer a paz e o silêncio debaixo d'água".

"Foi emocionante vê-los melhorar, sentirem-se melhor e prontos para entrar em uma nova realidade", afirmou Wolf.

M.Allan--RTC