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Blinken retorna a Israel para evitar propagação do conflito em Gaza
Blinken retorna a Israel para evitar propagação do conflito em Gaza / foto: EVELYN HOCKSTEIN - POOL/AFP

Blinken retorna a Israel para evitar propagação do conflito em Gaza

O secretário de Estado americano, Antony Blinken, se reúne nesta terça-feira (9) com líderes israelenses com o objetivo de evitar uma propagação regional da guerra entre Israel e o movimento islamista palestino Hamas em Gaza, palco de contínuos bombardeios israelenses.

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Khan Yunis e Rafah, as maiores cidades do sul do território palestino sitiado, foram mais uma vez alvo de intensos bombardeios durante a madrugada, segundo um jornalista da AFP. Ambas as cidades receberam milhares de deslocados internos desde o início da guerra, em 7 de outubro.

O Exército israelense anunciou que suas tropas mataram 40 combatentes islamistas nas últimas 24 horas, como parte de "operações terrestres ampliadas, que incluem ataques aéreos" em Khan Yunis. Todos os tipos de armas também foram apreendidos, afirmou.

A guerra entre Israel e o Hamas foi desencadeada após um ataque sem precedentes do grupo islamista no sul do Estado hebreu, que deixou quase 1.140 mortos, a maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada em dados israelenses. Os combatentes também sequestraram cerca de 250 pessoas, das quais mais de 100 ainda estão detidas em Gaza, segundo as autoridades de Israel.

Em resposta, Israel prometeu "aniquilar" o Hamas, que governa Gaza desde 2007, e lançou uma ofensiva militar terrestre e aérea contra o território palestino.

O grupo islamista, classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, Israel e União Europeia, afirma que mais de 23.210 pessoas morreram até agora nos bombardeios israelenses, a maioria mulheres e menores de idade.

- "Oportunidades reais" de integração -

Em Doha, o líder do Hamas, Ismail Haniyeh, apelou aos países muçulmanos para enviarem "armas" a Gaza como demonstração de apoio. Esta não é "apenas a batalha do povo palestino", justificou.

Desde o início da guerra, intensificaram-se os receios de uma propagação do conflito, com ataques lançados por outros inimigos de Israel na região, reunidos em uma aliança informal que inclui grupos pró-Irã da Síria, Iraque, Líbano e Iêmen.

O movimento xiita libanês Hezbollah afirmou nesta terça-feira ter atacado um centro de comando militar no norte de Israel, em resposta às mortes do número dois do Hamas em 2 de janeiro e de um alto cargo de sua formação na segunda-feira.

Blinken chegou a Israel nesse contexto e deverá se reunir com o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, e membros do gabinete de guerra, incluindo o líder da oposição Benny Gantz. É a quarta vez que ele visita o Oriente Médio desde o início do conflito.

Depois de um encontro com o presidente israelense, Isaac Herzog, o secretário de Estado americano destacou o "momento difícil" que Israel enfrenta, mas afirmou que o país tem "oportunidades reais" de integração com os seus vizinhos árabes.

"Acredito que existem oportunidades reais, mas temos que superar este momento muito difícil", disse ele após um encontro com o ministro das Relações Exteriores israelense, Israel Katz, na última etapa de uma viagem que o levou, entre outros, para Catar e Arábia Saudita.

Os Estados Unidos negociaram acordos de normalização com os Emirados Árabes Unidos, Bahrein e outros Estados. Mas as negociações ficaram paralisadas após a eclosão do conflito.

- "Todos em Gaza passam fome" -

Na segunda-feira, sirenes de alerta soaram no centro e no sul de Israel, e na fronteira com o Líbano, palco de trocas de disparos diárias entre o Hezbollah e o Exército israelense desde 8 de outubro.

O movimento xiita libanês anunciou naquele dia a morte de Wisam Tawil, um dos seus "comandantes", em um bombardeio israelense.

Em 2 de janeiro, outro bombardeio atribuído a Israel matou o número dois do Hamas, Saleh Al Aruri, em um subúrbio ao sul de Beirute. Na segunda-feira, Hasan Akasha, outra figura-chave do grupo palestino, morreu na Síria.

Em Gaza, os contínuos bombardeios israelenses deslocaram 85% da população e causaram uma crise humanitária catastrófica, segundo a ONU.

A ajuda humanitária chega a conta-gotas ao pequeno enclave palestino, onde o cerco imposto por Israel impede a entrada de água, alimentos, medicamentos e combustível.

O grupo israelense de direitos humanos B'Tselem denunciou que "todos em Gaza passam fome" como "resultado direto da política declarada de Israel".

Washington informou que Blinken pressionará Israel a respeitar o direito internacional e pedirá "medidas imediatas" para levar mais ajuda a Gaza.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, declarou na segunda-feira que tem trabalhado "discretamente" com Israel "para reduzir significativamente [a sua presença] e deixar Gaza".

O Exército israelense anunciou uma nova fase da sua guerra em Gaza. O porta-voz da força armada, Daniel Hagari, indicou ao jornal americano The New York Times que envolveria menos bombardeios e uma redução do efetivo militar a partir de janeiro.

Pelo menos 185 soldados israelenses morreram em Gaza desde o início da guerra, anunciou o Exército nesta terça-feira.

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P.Ortiz--RTC