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Novo presidente da Guatemala agradece a militares por imparcialidade na crise política
Novo presidente da Guatemala agradece a militares por imparcialidade na crise política / foto: Johan ORDONEZ - AFP

Novo presidente da Guatemala agradece a militares por imparcialidade na crise política

O recém-empossado presidente da Guatemala, o social-democrata Bernardo Arévalo, agradeceu, nesta segunda-feira (15), a imparcialidade das forças armadas durante a crise política para impedir sua ascensão ao poder, após uma investida judicial por parte do Ministério Público.

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Arévalo, que foi empossado na madrugada desta segunda, está sob cerco judicial desde junho, quando surpreendeu ao passar para o segundo turno das eleições presidenciais, no qual venceu a ex-primeira dama conservadora Sandra Torres em agosto.

"Durante os últimos 203 dias, desde 25 de junho, demonstramos ao mundo que, apesar da agressão que tem enfrentado, nosso sistema democrático e republicano nos permitiu chegar a este momento no qual os saúdo como seu comandante-geral", disse o novo mandatário ao passar em revista as tropas como seu comandante em chefe.

"A atitude assumida por vocês [soldados], seus comandantes, neste período sombrio, reflete um elevado nível de profissionalização e de compromisso com sua bandeira, sua pátria e nossa Constituição", acrescentou.

Diante da investida judicial, indígenas, universitários, trabalhadores e integrantes de outros setores bloquearam por 15 dias trechos de rodovias e realizaram protestos, inclusive na capital.

O novo presidente também afirmou que ficou no passado o período dos golpes de Estado que as forças armadas apoiaram durante 36 anos de guerra civil (1960-1996).

"Os dias em que o setor político e o oficialato militar se aliavam para apoiar regimes políticos autoritários chegaram ao fim" na Guatemala, afirmou Arévalo.

Pela primeira vez, a cerimônia em que um presidente passa as tropas em revista foi realizada na Praça da Constituição, no centro da capital, e não em uma instalação militar.

Além disso, Arévalo comentou que as unidades militares vão trabalhar juntamente com as forças de segurança civil "na luta contra ameaças como o crime organizado, a criminalidade transnacional e a vulnerabilidade aos desastres naturais".

"Como toda instituição perfectível, nos permitimos expressar taxativamente nossa subordinação e respeito às autoridades civis, eleitas de forma livre e democrática na Guatemala", afirmou o novo ministro da Defesa, Henry Sáenz.

Ele admitiu que "podem surgir obstáculos e dificuldades de diferente índole no caminho, mas esteja certo, senhor presidente e comandante-geral do Exército, que a disciplina e a obediência dos integrantes do Exército da Guatemala permanecerão incólumes".

L.Aitken--RTC