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Coreia do Norte diz ter testado 'sistema de armamento nuclear submarino'
Coreia do Norte diz ter testado 'sistema de armamento nuclear submarino' / foto: STR - KCNA VIA KNS/AFP

Coreia do Norte diz ter testado 'sistema de armamento nuclear submarino'

A Coreia do Norte informou, nesta sexta-feira (19), que testou um "sistema de armamento nucleares submarino" em resposta aos exercícios navais conjuntos de Washington, Seul e Tóquio, envolvendo um porta-aviões nuclear americano.

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Os exercícios "ameaçavam seriamente a segurança" do Norte, por isso, em resposta, Pyongyang "fez um importante teste de seu sistema de armamento nuclear submarino Haeil-5-23", de acordo com um comunicado do Ministério da Defesa feito pela agência de notícias estatal KCNA.

No ano passado, o isolado país comunista já havia anunciado a realização de vários testes de um suposto drone submarino de ataque nuclear (uma versão diferente do Haeil) que poderia desencadear "um tsunami radioativo". À época, analistas duvidaram de que Pyongyang tivesse esse tipo de armamento.

Esta semana, Coreia do Sul, Estados Unidos e Japão fizeram exercícios navais ao longo da costa da ilha de Jeju que, segundo os países aliados, seria uma resposta ao lançamento de um míssil hipersônico, por parte da Coreia do Norte, no domingo (14).

As manobras mobilizaram nove navios dos três países, incluindo o porta-aviões americano "USS Carl Vinson".

Um porta-voz do Ministério da Defesa da Coreia do Norte disse nesta sexta-feira que esses exercícios "constituem uma causa de maior desestabilização da situação regional e são um ato que ameaça seriamente a segurança", segundo a KCNA.

O porta-voz não revelou a data exata do teste, mas disse ter garantido que sua "postura de contra-ataque submarino baseada em armas nucleares está se aperfeiçoando ainda mais".

"Suas diferentes ações de resposta marítima e submarina continuarão dissuadindo as manobras militares hostis dos navios dos Estados Unidos e de seus aliados", acrescentou.

A situação na Península Coreana piorou nos últimos meses, com ambos os lados renunciando a um acordo fundamental para conter as tensões, o que aumenta sua segurança fronteiriça.

Na semana passada, o líder norte-coreano, Kim Jong-un, declarou o vizinho do Sul como seu "principal inimigo" e dissolveu as agências governamentais dedicadas a promover a cooperação e a reunificação da península. Também ameaçou iniciar uma guerra, se Seul violar "nem que seja 0,001 milímetro" de seu território.

- Mobilização de drones? -

O novo anúncio do teste submarino "é um claro sinal da mobilização dos drones Haeil para usá-los em sua frota marítima", disse Hong Min, analista do Instituto Coreano para a Unificação Nacional, em Seul.

"O comunicado do Norte ilustra a posição de Pyongyang de que responderá proporcionalmente aos exercícios militares do Sul, do Japão e dos Estados Unidos", acrescentou.

Ainda assim, o Norte parece que tenta não "cruzar a linha para provocar um conflito armado".

Ahn Chan-il, um desertor norte-coreano que se tornou analista do Instituto Mundial de Estudos Norte-Coreanos, disse à AFP que era "difícil determinar as capacidades exatas" do suposto sistema de armas nucleares submarinas de Pyongyang.

"Considerando o nível científico em matéria de defesa da Coreia do Norte e o fato de a arma ainda esteja em fase de desenvolvimento, ainda não se encontra em uma etapa que represente uma ameaça significativa", afirmou.

Em sua habitual reunião política no final do ano, Kim ameaçou um ataque nuclear contra o Sul e pediu o reforço do arsenal militar de seu país ante uma guerra que pode "estourar a qualquer momento".

No domingo, a Coreia do Norte disparou um míssil hipersônico de combustível sólido e dias antes de realizar exercícios de fogo real perto da tensa fronteira marítima com o Sul.

Em resposta, Seul ordenou manobras de seu Exército e evacuou algumas ilhas perto da fronteira. No final do ano anterior, Kim conseguiu pôr em órbita o primeiro satélite espião do país, para o qual, segundo Seul, recebeu ajuda da Rússia em troca do fornecimento de armas para Moscou para a guerra na Ucrânia.

C.P.Wilson--RTC