RCA Telegram News California - Novos ataques israelenses deixam mais de 70 mortos em Gaza

Novos ataques israelenses deixam mais de 70 mortos em Gaza

Novos ataques israelenses deixam mais de 70 mortos em Gaza

Mais de 70 pessoas morreram nesta sexta-feira (19) em novos bombardeios israelenses na Faixa de Gaza, segundo o Hamas, que trava duros combates contra as tropas de Israel no sul do território, governado pelo movimento islamista.

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Testemunhas relataram a ocorrência de disparos e bombardeios em Khan Yunis, principal cidade do sul do território palestino, que agora é o epicentro da batalha e onde Israel afirma que os dirigentes do Hamas, que governa Gaza desde 2007, estão escondidos.

O Crescente Vermelho informou sobre "intensos" disparos de artilharia nas imediações do hospital Al Amal.

À tarde, o Ministério da Saúde de Gaza afirmou que 77 pessoas morreram nos últimos bombardeios israelenses lançados contra o devastado território de 362 km², onde cerca de 85% de seus 2,4 milhões de habitantes viram-se obrigados a deixar suas casas, segundo a ONU.

O Exército israelense indicou em um comunicado que "as forças aéreas e terrestres mataram vários terroristas" no norte. O Hamas, por sua vez, reportou combates no campo de refugiados de Jabaliya e na Cidade de Gaza.

A guerra eclodiu após o ataque brutal do movimento islamista palestino em 7 de outubro, que deixou cerca de 1.140 mortos em Israel, a maioria civis, segundo um balanço da AFP baseado em dados oficiais.

Além disso, cerca de 250 pessoas foram sequestradas durante o ataque. Segundo Israel, 132 continuam retidas em Gaza e 27 estariam mortas.

Em resposta, Israel prometeu "aniquilar" o Hamas, classificado como "organização terrorista" por Estados Unidos e União Europeia, e lançou uma operação aérea e terrestre em Gaza que deixou 24.762 mortos, a maioria mulheres e menores de idade, segundo o movimento islamista.

O Exército israelense anunciou hoje que 194 soldados morreram em Gaza até agora.

- 'Inferno' -

Israel também mantém desde 9 de outubro um "cerco total" ao território palestino, impedindo a entrada praticamente total de água, alimentos, medicamentos e combustível.

Nesta sexta-feira, as comunicações começavam a ser restabelecidas de maneira gradual "em diversos setores da Faixa de Gaza", informou a operadora palestina Paltel.

O diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, lamentou as "condições de vida desumanas" em Gaza.

Segundo o Fundo da ONU para a Infância, o Unicef, quase 20.000 bebês nasceram no "inferno" da guerra, em condições "inconcebíveis", desde que começou o conflito.

Israel também prendeu milhares de cidadãos de Gaza desde 7 de outubro, segundo a ONU, que assinala que os maus tratos que sofreram poderiam se assemelhar a atos de tortura.

O Exército israelense garante para a AFP que os detidos são tratados "em conformidade com o direito internacional".

Diante dos inúmeros chamados para uma trégua humanitária, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, mostrou-se inflexível e garantiu que a guerra vai continuar até "a eliminação dos chefes terroristas" e "o retorno dos reféns para casa".

Netanyahu também afirmou querer "ter o controle da segurança de todo o território a oeste do rio Jordão", o que "contradiz a ideia" de um Estado palestino.

Com essas afirmações, Netanyahu voltou a bater de frente com a posição dos Estados Unidos sobre a possível estratégia pós-guerra no território, na qual Washington defende a criação de um Estado palestino viável como condição necessária para uma "segurança real" na região.

A Rússia, por sua vez, instou o Hamas a "libertar rapidamente" todos os reféns, depois de uma reunião em Moscou entre o vice-chanceler russo Mikhail Bogdanov e Mousa Abu Marzouk, membro do gabinete político do Hamas.

O porta-voz do presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, garantiu que "sem um Estado palestino independente, não haverá nem segurança nem estabilidade na região".

Nesta sexta-feira, os rebeldes huthis do Iêmen reivindicaram a autoria de disparos contra um petroleiro americano no Mar Vermelho, o último ataque deste grupo apoiado pelo Irã contra navios mercantes em "solidariedade" aos palestinos de Gaza.

Os tanques israelenses também atacaram "infraestruturas militares pertencentes ao Exército sírio", em resposta a disparos em direção às Colinas de Golã, que estão ocupadas por Israel.

J.Gustafsson--RTC