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EUA impõe sanções a colonos da Cisjordânia por ataques a palestinos
EUA impõe sanções a colonos da Cisjordânia por ataques a palestinos / foto: Thomas COEX - AFP/Arquivos

EUA impõe sanções a colonos da Cisjordânia por ataques a palestinos

Os Estados Unidos impuseram sanções, nesta quinta-feira (1º), a um grupo de colonos judeus acusados de violência contra civis palestinos na Cisjordânia, em uma medida rara contra israelenses em meio à guerra com o grupo islamista palestino Hamas, informaram fontes oficiais americanas.

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A violência dos colonos judeus alcançou "níveis intoleráveis", escreveu o presidente americano, Joe Biden, em sua ordem executiva.

A decisão é destinada a punir pessoas acusadas de ataques, de "atos de terrorismo" ou que "prejudiquem a paz, a estabilidade e a segurança" no território.

Os Estados Unidos anunciaram sanções iniciais contra quatro pessoas, entre elas David Chai Chasdai, da localidade de Huwara, que é acusado de distúrbios que provocaram a morte de um civil palestino.

Outro dos sancionados foi Yinon Levi, acusado de liderar um grupo de colonos que atacaram civis palestinos e beduínos, queimando seus campos e destruindo suas propriedades.

O governo de Israel rechaçou essas sanções, ao considerar que "não há espaço para medidas excepcionais" contra os colonos israelenses na Cisjordânia ocupada.

"A absoluta maioria de colonos da Judeia e Samaria (Cisjordânia) são cidadãos que respeitam a lei, e muitos combatem atualmente na defesa de Israel. Israel atua contra todos os que violam a lei em todas as partes", afirmou em um comunicado o gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.

Todos os ativos que tiverem nos Estados Unidos serão bloqueados, e os americanos serão proibidos de realizar transações financeiras com essas pessoas.

Essas são as primeiras sanções financeiras contra colonos, embora o governo Biden tenha anunciado anteriormente que negaria vistos a extremistas envolvidos em atos de violência.

A medida foi anunciada no dia em que Biden viaja para Michigan, um estado crucial na eleição presidencial de novembro e lar de uma importante comunidade árabe-americana, onde cresceu o descontentamento pelo apoio de Biden a Israel.

Ao explicar as novas ações, um funcionário de alto escalão do governo americano disse que Biden tem colocado, sistematicamente, para Israel, sua preocupação em relação à violência dos colonos.

"Essas ações representam uma séria ameaça à paz, à segurança e à estabilidade na Cisjordânia, em Israel e na região do Oriente Médio", disse a mesma fonte, que pediu para não ser identificada.

"Também obstruem a realização, em última análise, de um Estado palestino independente que coexista com o Estado de Israel e, por extensão, de uma paz e estabilidade duradouras tanto para os palestinos quanto para os israelenses", acrescentou.

Colonos israelenses mataram pelo menos dez palestinos e queimaram dezenas de casas na Cisjordânia ocupada em 2023, tornando o referido ano "mais violento" já registrado para ataques de colonos, segundo o grupo de direitos humanos Yesh Din.

Cerca de 490.000 colonos vivem entre cerca de três milhões de palestinos na Cisjordânia, em assentamentos considerados ilegais segundo o direito internacional.

S.Martin--RTC