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Guterres diz que agência da ONU para os refugiados palestinos é insubstituível
Guterres diz que agência da ONU para os refugiados palestinos é insubstituível / foto: ANGELA WEISS - AFP

Guterres diz que agência da ONU para os refugiados palestinos é insubstituível

“Não é possível” substituir a agência da ONU para os refugiados palestinos (UNRWA) em Gaza, afirmou, nesta quinta-feira (8), o secretário-geral da ONU, António Guterres, apesar de doadores importantes terem suspendido suas contribuições à organização, que está no olho do furacão.

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Israel acusou 12 dos seus 30 mil funcionários regionais, incluindo cerca de 13 mil em Gaza, de envolvimento nos ataques realizados pelo movimento islamista palestino Hamas no último dia 7 de outubro. Após a acusação, vários países, entre eles Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido e Suécia, anunciaram a suspensão de suas contribuições à agência, o que pode fazer com que ela encerre suas atividades até o fim do mês.

Embora alguns tenham sugerido redirecionar o dinheiro para outras organizações da ONU, Guterres descartou essa possibilidade. “Não é possível substituir o trabalho da UNRWA em Gaza”, afirmou hoje, em entrevista coletiva. “A espinha dorsal da distribuição humanitária da ONU em Gaza é formada pelos 3.000 funcionários da UNRWA dedicados à resposta de emergência.”

A UNRWA tem cerca de 13 mil funcionários na Faixa de Gaza, mas muitos deles eram professores ou médicos e não se dedicavam diretamente à ajuda humanitária. “Não há nenhuma outra organização presente em Gaza capaz de responder às necessidades”, insistiu o chefe da ONU.

Mesmo que isso fosse possível, os funcionários da UNRWA em território palestino cobram, “por razões históricas”, um terço menos do que os do Unicef e do Programa Mundial de Alimentos. "Isso exigiria multiplicar os recursos necessários.”

Guterres também comentou que ficou surpreso com a rapidez com que os doadores suspenderam o financiamento da agência.

A ONU lançou uma investigação interna sobre os funcionários acusados por Israel, que foram demitidos. Ainda assim, Guterres nomeou uma comissão independente para avaliar“a neutralidade” da agência e fazer recomendações para melhorar o seu funcionamento, se necessário.

“Espero que os países reconheçam esses esforços e que o problema seja resolvido rapidamente”, declarou o secretário-geral. Questionado sobre a rapidez com que a agência rescindiu, a seu pedido, o contrato dos funcionários supostamente envolvidos, Guterres disse que não poderia “correr o risco de não agir imediatamente”, dada a gravidade das acusações.

O.Larsson--RTC