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Preocupação com o destino do maior hospital do sul de Gaza após incursão israelense
Preocupação com o destino do maior hospital do sul de Gaza após incursão israelense / foto: AFP - AFP

Preocupação com o destino do maior hospital do sul de Gaza após incursão israelense

O destino do maior hospital do sul de Gaza é objeto de preocupação nesta sexta-feira (16), depois de uma incursão das tropas israelenses no local, que, segundo o movimento palestino Hamas, provocou as mortes de vários pacientes por falta de oxigênio.

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O Exército de Israel executou na quinta-feira uma operação no hospital Nasser, um dos últimos centros de saúde que permanece operacional na Faixa de Gaza e que fica na cidade de Khan Yunis. As tropas iniciaram a incursão após um cerco de várias semanas.

O Ministério da Saúde de Gaza, território palestino governado pelo movimento islamista Hamas, afirmou que cinco pacientes morreram na quinta-feira devido a um corte do fornecimento de oxigênio.

O porta-voz do Exército israelense, Daniel Hagari, afirmou na quinta-feira que as Forças Armadas têm "informações confiáveis" de que reféns capturados pelo Hamas no ataque de 7 de outubro foram retidos no hospital.

O ataque dos milicianos islamistas no sul de Israel deixou 1.160 mortos, a maioria civis, segundo um balanço da AFP baseado em números oficiais israelenses.

O ataque desencadeou a guerra em Gaza, com uma ofensiva aérea e terrestre de Israel contra o Hamas que, segundo o movimento islamista, deixou pelo menos 28.775 mortos, a maioria mulheres e menores de idade.

No dia 7 de outubro, os milicianos islamistas também sequestraram 250 reféns e as autoridades israelenses calculam que 130 continuam no território palestino após a libertação de dezenas de pessoas durante uma trégua em novembro. Israel supõe que 30 sequestrados morreram em Gaza.

Hagari afirmou que os corpos de alguns sequestrados que morreram em cativeiro ainda podem estar no hospital.

O Exército indicou que ainda não encontrou "evidências" da presença de reféns no complexo hospitalar, mas que encontrou "armas, granadas e morteiros".

Nesta sexta-feira, as tropas israelenses anunciaram a detenção no hospital de mais de "20 terroristas", suspeitos de participação no ataque de 7 de outubro.

- "Padrão de ataques" -

Uma testemunha, que pediu para não ser identificada por medo de sua segurança, declarou à AFP que o Exército israelense atirou "contra qualquer pessoa que se movimentasse dentro do hospital".

O Ministério da Saúde do Hamas expressou preocupação com as pessoas internadas nas unidades de terapia intensiva e afirmou que considera "Israel responsável pelas vidas dos pacientes e dos funcionários, pois o complexo está sob seu controle".

A ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF) descreveu a situação no hospital como "caótica" e informou que seus funcionários foram obrigados a fugir, "deixando os pacientes para trás".

O Exército israelense anunciou nesta sexta-feira que realizou "incursões seletivas" e matou "12 terroristas" em Khan Yunis.

Israel acusa o Hamas de atuar a partir dos hospitais, algo que o movimento palestino nega.

O Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos afirmou que a operação no hospital Nasser parece ser "parte de um padrão de ataques das forças israelenses contra infraestruturas civis que são essenciais para salvar vidas em Gaza, em particular hospitais".

- "Estão nos matando lentamente" -

A ofensiva israelense obrigou os moradores do norte de Gaza a fugir para o sul. Rafah abriga quase 1,5 milhão de deslocados, que sobrevivem em acampamentos precários perto da fronteira com o Egito.

Várias organizações internacionais alertaram para o risco de desastre humanitário, que aumenta a cada dia devido à escassez e superlotação.

"Eles estão nos matando lentamente", disse Mohamad Yaghi, um deslocado, em Rafah. "Estamos morrendo lentamente devido à falta de recursos e à falta de medicamentos e tratamentos", afirmou.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, conversou na quinta-feira com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e voltou a pedir que o país não ataque Rafah se não tiver primeiro um plano detalhado para proteger os civis.

Netanyahu, no entanto, insiste que seguirá adiante com o plano, com o objetivo de obter a "vitória total" contra o Hamas.

O projeto israelense provocou temores sobre um possível êxodo em massa de refugiados para o Egito, que ergueu um novo muro perto da fronteira com Gaza, segundo a imprensa local.

Esta semana, representantes dos mediadores do conflito – Estados Unidos, Catar e Egito – se reuniram no Cairo para tentar alcançar um acordo que inclua a interrupção dos combates e uma troca de reféns do Hamas por prisioneiros palestinos detidos em Israel.

Mas há poucos indícios de avanço nas negociações e o gabinete de Netanyahu informou que não recebeu "nenhuma proposta nova" do Hamas sobre a libertação de reféns.

O primeiro-ministro se pronunciou contra o reconhecimento internacional de um Estado palestino, depois que o jornal The Washington Post informou que vários países, incluindo os Estados Unidos, estão trabalhando em uma proposta para um plano de paz duradouro que aborda esta questão.

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O.Larsson--RTC