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Porto Príncipe retoma parcialmente as atividades após ataques de gangues
Porto Príncipe retoma parcialmente as atividades após ataques de gangues / foto: Clarens SIFFROY - AFP

Porto Príncipe retoma parcialmente as atividades após ataques de gangues

A capital do Haiti, Porto Príncipe, retomou parcialmente suas atividades, nesta terça-feira (5), com o retorno dos transportes e do comércio, horas depois de grupos criminosos que libertaram milhares de detentos de duas prisões tentaram tomar o aeroporto.

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Nas ruas da cidade, paralisada na véspera devido à violência contra as autoridades no fim de semana, longas filas se formaram em frente a lojas, bancos e postos de gasolina.

Os disparos da véspera já não são ouvidos na capital, onde escolas e escritórios públicos permaneciam fechados e moradores ergueram barricadas com pedras e troncos de árvore para se proteger.

Na tarde de ontem, a polícia e o exército repeliram um ataque ao aeroporto internacional realizado por grupos armados que controlam áreas inteiras do Haiti. Os distúrbios em torno das instalações levaram as companhias aéreas internacionais a cancelar os voos para a capital haitiana, e autoridades da República Dominicana fecharam hoje o espaço aéreo com o Haiti.

- 15 mil deslocados -

A nova escalada da violência levou cerca de 15 mil pessoas a abandonar suas casas em Porto Príncipe, declarou hoje o porta-voz das Nações Unidas, Stéphane Dujarric, acrescentando que trabalhadores humanitários começaram a distribuir alimentos e outros itens essenciais em três novos centros para refugiados

Desde a última quinta-feira, gangues realizam ataques coordenados em pontos estratégicos, incluindo as duas prisões da capital. O objetivo, segundo elas, é derrubar o primeiro-ministro, Ariel Henry - no poder desde o assassinato do presidente Jovenel Moïse, em 2021 -, que deveria ter deixado o cargo em fevereiro, mas que se recusa a convocar novas eleições.

Com o atual paradeiro desconhecido, o premier estava no Quênia quando os conflitos eclodiram, após assinar um acordo para enviar forças policiais ao Haiti, no âmbito de uma missão internacional apoiada por Washington e pela ONU.

O Departamento de Estado americano afirmou ontem que Henry estava retornando ao Haiti, mas, segundo a rádio local Télé Métronome, o primeiro-ministro não pôde fazê-lo devido à insegurança no entorno do aeroporto.

O governo do Haiti decretou no domingo estado de emergência em Porto Príncipe "por um período renovável de 72 horas" e um toque de recolher entre as 18h e 5h locais na segunda, terça e quarta-feira.

Considerado o país mais pobre do continente americano, o Haiti enfrenta uma grave crise política, humanitária e de segurança desde o assassinato de Moïse.

Segundo a ONU, 8.400 pessoas foram vítimas da violência das quadrilhas no ano passado, incluindo mortos, feridos e sequestrados, "um aumento de 122% em relação a 2022".

T.Parisi--RTC