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FBI revela existência de uma rede de tráfico de pessoas ligada ao EI
FBI revela existência de uma rede de tráfico de pessoas ligada ao EI / foto: SAUL LOEB - AFP

FBI revela existência de uma rede de tráfico de pessoas ligada ao EI

O FBI mostrou grande preocupação com uma rede de tráfico de pessoas ligada ao grupo Estado Islâmico (EI), afirmou nesta segunda-feira (11) o diretor da polícia federal americana, Christopher Wray, no Senado dos Estados Unidos.

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Os diretores das agências de inteligência americanas compareceram perante o Senado para expor as principais ameaças globais ao país, entre as quais se destacam a China, o uso da inteligência artificial ou a rede social TikTok.

Mas também falaram da segurança na fronteira com o México, palco de uma crise migratória que se tornou um tema central da campanha para as eleições presidenciais de novembro. Como era de se esperar, foi um dos temas recorrentes.

"Existem redes de tráfico de migrantes chefiadas por pessoas vinculadas ao Estado Islâmico ou a outras organizações terroristas?", questionou o senador republicano Mark Rubio, ao falar diretamente com o diretor do FBI durante uma sessão no comitê de inteligência.

"Há uma rede em particular com alguns facilitadores estrangeiros [...] que têm vínculos com ISIS, o que nos preocupa muito", afirmou Wray, usando o acrônimo em inglês do Estado Islâmico. Ele acrescentou que não podia dar mais detalhes em uma sessão aberta.

"Dedicamos um enorme esforço à investigação com nossos parceiros" sobre "o que esta rede está fazendo", completou.

Os republicanos, que acusam o presidente democrata Joe Biden, candidato à reeleição, de não fazer o suficiente para frear a chegada de migrantes, insistiram que a situação na fronteira com o México representa um perigo para a segurança nacional.

A patrulha da fronteira dos EUA interceptou migrantes ou solicitantes de asilo mais de 2,7 milhões de vezes desde janeiro de 2021, quando Biden chegou à Casa Branca.

"Desde a perspectiva do FBI, estamos vendo uma ampla gama de ameaças muito perigosas que vêm da fronteira" e isso inclui o narcotráfico, afirmou Wray, que admitiu que "indivíduos perigosos" entraram no país.

Os Estados Unidos estão sendo assolados por uma epidemia de drogas que matou mais de 100 mil americanos em 2023, a maioria deles por opioides sintéticos como o fentanil.

Washington afirma que os cartéis mexicanos fabricam a maior parte do fentanil que entra em seu território com substâncias químicas procedentes da China, conhecidas como percursores.

"Nos últimos dois anos, o FBI apreendeu fentanil suficiente para matar 270 milhões de pessoas", afirmou Wray, insistindo que "grande parte da delinquência violenta nos Estados Unidos está nas mãos de gangues" ligadas à distribuição deste opioide.

-'Quem controla o México?' -

"Quem controla o México? O governo ou os cartéis de drogas?", perguntou o senador independente Angus King.

"É um desafio para o governo do México lidar com os cartéis e há partes do país que estão efetivamente sob o controle dos cartéis em certos aspectos e, ainda assim, ao mesmo tempo, diríamos que nossa cooperação com eles melhorou com o tempo", respondeu Avril Haines, diretora de Inteligência Nacional.

Também foi destacada a crescente chegada de migrantes chineses.

Segundo o Escritório de Alfândega e Proteção de Fronteiras dos Estados Unidos, as autoridades interceptaram migrantes chineses mais de 37 mil vezes na fronteira com o México em 2023, quase dez vezes mais do que no ano anterior.

"Não sabemos quantos cidadãos chineses podem estar" entre os que entram no país, afirmou o senador republicano John Cornyn.

"Dentro desse grupo, não há apenas somente pessoas que podem querer nos prejudicar, mas também outras que estão fugindo do partido comunista", afirmou o diretor do FBI.

"Sugiro apenas que esta é uma enorme vulnerabilidade em nossa segurança nacional para a qual não temos respostas", replicou o senador.

O.Greco--RTC