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África do Sul diz que guerra de Israel está minando a CIJ
África do Sul diz que guerra de Israel está minando a CIJ / foto: Phill Magakoe - AFP/Arquivos

África do Sul diz que guerra de Israel está minando a CIJ

A ministra de Relações Internacionais e Cooperação da África do Sul, Naledi Pandor, acusou, nesta terça-feira (19), Israel de abrir um precedente com sua guerra em Gaza para que líderes desafiem a Corte Internacional de Justiça (CIJ), e denunciou mais uma vez a existência de uma campanha de fome no território palestino sitiado.

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A África do Sul acusou Israel perante a CIJ, o tribunal superior das Nações Unidas que decide sobre disputas entre Estados, de suspeita de genocídio no conflito desencadeado pelo ataque do grupo islamista Hamas em território israelense em 7 de outubro, o que enfureceu Israel e provocou críticas dos Estados Unidos.

Em visita a Washington, a ministra sul-africana disse que Israel desafiou uma resolução provisória de janeiro da CIJ que exigia do país do Oriente Médio medidas para prevenir atos de genocídio enquanto mantém sua luta contra o Hamas na Faixa de Gaza.

"As medidas provisórias foram completamente ignoradas por Israel", denunciou Pandor no Fundo Carnegie para a Paz Internacional, na capital americana.

"Agora vemos fome em massa e diante de nossos próprios olhos", disse. "Acho que nós, como humanidade, temos que olhar para nós mesmos com horror e consternação e estarmos realmente preocupados por termos dado o exemplo."

Pandor acrescentou que as ações de Israel podem significar que outras nações acreditem que "têm licença". "Posso fazer o que quiser e ninguém vai me impedir", disse.

"A CIJ não foi respeitada. E, quando um africano lhe faltar respeito, espero que não digamos a esse líder: 'Ei, você está fora dos limites. Porque você é um africano, esperamos que obedeça'", frisou.

A África do Sul voltou a solicitar ao tribunal internacional que ordene medidas para que Israel detenha a "fome generalizada" provocada por sua ofensiva em Gaza.

Israel classificou o pedido sul-africano como "indignante" e "moralmente repugnante", e destacou suas iniciativas, como as pausas humanitárias em meio à guerra.

Uma avaliação da segurança alimentar apoiada pela ONU determinou que Gaza enfrenta uma crise de fome iminente, e cerca de 1,1 milhão de pessoas - quase a metade da população - sofre de fome "catastrófica".

A.Olsson--RTC