RCA Telegram News California - Macron afirma que programas de partidos 'extremos' na França levam 'à guerra civil'

Macron afirma que programas de partidos 'extremos' na França levam 'à guerra civil'

Macron afirma que programas de partidos 'extremos' na França levam 'à guerra civil'

O presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou, nesta segunda-feira (24), que os programas dos "dois extremos" do espectro político francês conduzem "à guerra civil", depois que o líder de extrema direita Jordan Bardella se disse "preparado" para governar.

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"A resposta da extrema direita" em termos de insegurança "remete as pessoas a uma religião ou a uma origem" e é assim que "divide e leva à guerra civil", declarou Macron no podcast "Génération Do It Yourself".

Por outro lado, a LFI propõe "uma forma de comunitarismo... um pouco eleitoral", "mas que também tem a guerra civil por trás, porque, acima de tudo, remete as pessoas exclusivamente à sua afiliação religiosa ou comunitária", acrescentou.

Suas declarações ocorrem a seis dias do primeiro turno das eleições legislativas na França, que Macron antecipou de maneira inesperada após a vitória do partido Reagrupamento Nacional (RN) nas eleições europeias na França, em 9 de junho.

"Estamos preparados" para governar, disse Bardella, a estrela em ascensão de 28 anos da extrema direita e seu candidato a primeiro-ministro, horas antes, caso conquiste a maioria absoluta nas eleições legislativas mais incertas da história recente da França. O segundo turno está marcado para 7 de julho.

"O RN não está preparado para governar", reagiu em declarações à rádio Europe 1 o primeiro-ministro de centro Gabriel Attal, para quem se trata de "um partido de oposição e não de governo".

O RN e seus aliados lideram as pesquisas para as legislativas com quase 35% das intenções de voto, seguidos pela coalizão de esquerda Nova Frente Popular (NFP), que soma entre 27% e 29,5%, e a aliança centrista de Macron com cerca de 20%.

Durante a apresentação de seu programa, o líder da extrema direita reiterou as principais linhas do seu movimento sobre a segurança e o controle da imigração. Também prometeu um "big bang de autoridade" nas escolas, ao propor o uso de uniformes, a obrigação de se referir aos professores como "senhor" e a proibição dos telefones celulares nos centros de ensino.

"Sete anos de 'macronismo' enfraqueceram o país", disse Bardella, que reiterou os planos para expulsar estrangeiros condenados por crimes e cortar gastos "que favorecem a imigração".

Para tentar atrair os eleitores de direita descontentes com Macron, o candidato a primeiro-ministro do RN atacou os resultados econômicos do governo de Macron, com dívida e déficit públicos superiores aos limites europeus.

Também criticou o programa da NFP, que para ele provocará o aumento da imigração e uma profunda crise econômica. "A França vai virar a Venezuela, mas sem petróleo", acrescentou.

- 'Muito vigilante' com a Rússia -

Sobre a política internacional, o candidato a primeiro-ministro garantiu que, se chegar ao poder, pretende manter o apoio do país à Ucrânia, mas será contrário ao envio de mísseis de longo alcance e de tropas francesas ao território ucraniano.

Embora os críticos considerem o RN próximo do presidente da Rússia, Vladimir Putin, Bardella garantiu que seu eventual governo permanecerá "muito vigilante às tentativas de interferência da Rússia", país que considerou uma "ameaça para a França e a Europa".

Ao falar sobre o conflito entre Israel e o movimento islamista Hamas na Faixa de Gaza, ele declarou que "reconhecer hoje um Estado palestino seria reconhecer o terrorismo". A França abriga a principal comunidade judaica da Europa.

Apesar dos temores sobre a chegada da extrema direita ao poder na França, o atual eurodeputado tentou mostrar tranquilidade e se apresentou como o primeiro-ministro de "todos os franceses" e "garantidor das instituições", contra a "desordem e a violência".

Macron, cujo mandato termina em 2027, provocou um terremoto político na França com a antecipação inesperada das eleições, que podem obrigá-lo a compartilhar o poder com um governo de outra tendência política, o que é conhecido como coabitação.

"Nosso apoio à Ucrânia permanece e permanecerá constante", disse ele na segunda-feira, depois de se reunir com o secretário-geral da Orgaização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, destacando "a determinação inequívoca da França de apoiar os ucranianos a longo prazo".

B.Puglisi--RTC