RCA Telegram News California - Presidente da Guatemala critica Ministério Público por caso de jornalista preso desde 2022

Presidente da Guatemala critica Ministério Público por caso de jornalista preso desde 2022
Presidente da Guatemala critica Ministério Público por caso de jornalista preso desde 2022 / foto: JOHAN ORDONEZ - AFP

Presidente da Guatemala critica Ministério Público por caso de jornalista preso desde 2022

O presidente da Guatemala, Bernardo Arévalo, qualificou nesta quarta-feira (31) como "abuso de poder" os processos abertos pelo Ministério Público contra o jornalista José Rubén Zamora, que está preso há dois anos.

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Arévalo criticou a instituição, que é dirigida pela questionada procuradora-geral Consuelo Porras, um dia depois de receber José Zamora, filho do jornalista, e um enviado da organização internacional Repórteres Sem Fronteiras (RSF).

"O encarceramento de seu pai é um exemplo claro da corrupção e do abuso de poder que impera no Ministério Público, que insiste em criminalizá-lo e manter um processo carregado de inconsistências", publicou Arévalo na rede social X.

O jornalista, que tem 67 anos e fundou o extinto jornal El Periódico, era crítico do governo anterior, dirigido pelo direitista Alejandro Giammattei (2020-2024). Zamora está preso desde 29 de julho de 2022, acusado dos supostos crimes de chantagem e lavagem de dinheiro.

Em 14 de junho de 2023, o comunicador foi condenado a seis anos de prisão por lavagem de dinheiro, mas a sentença foi anulada por uma corte de apelações quatro meses depois.

Esta mesma corte ordenou a repetição do julgamento, mas ainda não há data devido à existência de recursos pendentes.

Na reunião com Arévalo, o diretor da RSF para a América Latina, Artur Romeu, falou sobre as "ações" que o governo pode tomar "para encontrar uma solução rápida e eficaz" que permita a libertação de Zamora, segundo um comunicado da organização.

Romeu, que visitou Zamora em sua cela na terça-feira, instou o presidente a usar "todos os instrumentos à sua disposição", de acordo com as recomendações de instâncias internacionais como a ONU, que considera a prisão como "arbitrária".

Em maio passado, um tribunal havia concedido a liberdade condicional a Zamora, mas a decisão foi anulada a pedido do MP.

Consuelo Porras foi sancionada pelos Estados Unidos e pela União Europeia por ser considerada "corrupta" e "antidemocrática" devido à cruzada que empreendeu em 2022 contra ex-promotores antimáfias, jornalistas e críticos de Giammattei.

Arévalo, no poder desde janeiro, apresentou em maio um projeto de lei que lhe permitisse destituir a procuradora-geral, mas o texto não avançou no Congresso.

Esta reforma "é o caminho para o fim das injustiças, da perseguição e da criminalização contra os jornalistas e defensores dos direitos humanos", justificou Arévalo.

L.Rodriguez--RTC