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Comunidade LGBT+ se mobiliza na Argentina com reivindicações ao governo Milei
Comunidade LGBT+ se mobiliza na Argentina com reivindicações ao governo Milei / foto: Luis ROBAYO - AFP/Arquivos

Comunidade LGBT+ se mobiliza na Argentina com reivindicações ao governo Milei

A comunidade LGBTQIAPN+ da Argentina realiza, neste sábado (2), sua Marcha do Orgulho anual em Buenos Aires, com apresentações, desfiles de carros alegóricos e reivindicações contra as medidas de ajuste fiscal do presidente Javier Milei, as quais consideram discriminatórias.

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"Não há liberdade sem direitos, nem políticas públicas" e "Não há liberdade com ajuste e repressão" são os lemas da mobilização, que reivindica "Lei Integral Trans e Lei Antidiscriminatória já".

Os lemas apontam para Milei, que em seu primeiro ano na Presidência dissolveu organismos como o Ministério das Mulheres, Gêneros e Diversidade, e o Instituto contra a Discriminação (INADI), além de cortar o financiamento de políticas públicas e saúde reprodutiva no âmbito de seu plano "motosserra" para obter superávit fiscal.

"É uma marcha muito particular pelo contexto atual", diz à AFP o ativista LGBTQIAPN+ Lucas Gutiérrez. "Do governo repetem insultos contra as pessoas da diversidade sem nenhum prurido", protesta.

Em agosto, o ministro da Justiça, Mariano Cúneo Libarona, disse no Congresso que seu governo repudiava "a diversidade de identidades sexuais que não se alinham com a biologia", uma declaração que foi repudiada por boa parte do espectro político.

Na ocasião, a Federação Argentina LGBT+ rechaçou as falas do ministro, que "deveria estar protegendo" os direitos humanos fundamentais, "ao invés de violá-los".

A Frente pela Saúde das Pessoas com HIV, Hepatite e Tuberculose alertou em um comunicado que o orçamento apresentado pelo governo para 2025, que está em análise no Congresso, prevê um corte de 76% para a resposta ao HIV, às hepatites virais, às doenças sexualmente transmissíveis e à tuberculose.

"Durante 2024, devido à paralisação das compras públicas, vimos enfrentando faltas de alguns medicamentos, o que provocou mudanças forçadas dos tratamentos, falta de preservativos, assim como também falta de reagentes para estudos de carga viral e células CD4, testagens fundamentais para o monitoramento da eficácia e segurança dos tratamentos", destaca o comunicado.

"Vamos marchar como uma resposta política, com uma proposta política e como um grande exercício e urgência de visibilidade. Existimos, resistimos, estamos e estaremos", diz Gutiérrez.

A marcha terá início às 16h locais (mesmo horário em Brasília) e irá da Praça de Maio até o Congresso.

L.Rodriguez--RTC